Do Presidente aos Nacionalistas | Abril de 2010
Hoje estamos aqui reunidos para celebrar algo extraordinário. Único!
Data do dia 12 de Abril de 2000, o Acórdão do Tribunal Constitucional que aprovou a sigla e símbolo do PNR. Assim, 12 de Abril é o dia do nosso Partido!
E… que tem isso então de extraordinário, num país que conta com dezenas de partidos políticos – actuais ou já extintos – nestas últimas quase 4 décadas?
O extraordinário reside na nossa singularidade. Na inequívoca diferença que nos distingue dos demais. Sendo a área nacionalista, perseguida e estigmatizada, de todas as formas e feitios, através das mais variadas matizes persecutórias, por este sistema, a criação de um partido nacionalista – anti-sistema – é algo notável.
Faz sentido, por isso, assinalarmos a data de 12 de Abril. Mas este ano, de modo muito especial, a evocação da efeméride reveste-se de particular simbolismo: são 10 anos de vida! Uma década!
Bem sabemos que uma década na vida de uma instituição é muito pouco. Mas se pensarmos que após o famigerado 25 de Abril, existiram dezenas de projectos na área nacionalista e que nenhum deles durou nem de perto nem de longe uma década, que nenhum deles vingou verdadeiramente, que nenhum se equipara ao PNR, nem ao de leve, em termos de credibilidade e envergadura, de importância e fecundidade, então temos que reconhecer que o simples facto de existirmos e persistirmos, nos deva encher de orgulho e esperança.
A breve e, simultaneamente, longa história do PNR, comporta já a meu ver, 3 etapas distintas:
– a primeira, correspondente aos 5 primeiros anos, é a etapa da “fundação”. Esta, teve o mérito de criar um partido nacionalista cuja inexistência até então constituía uma grave lacuna no espectro político nacional e foi possível apenas pela iniciativa determinada e corajosa de um punhado de pessoas, algumas das quais ainda hoje estamos presentes.
A estes ousados fundadores, o nosso mais profundo reconhecimento e agradecimento pelo legado que nos deixaram!
Não podendo referir todos, não quero deixar contudo de agradecer, em nome do momento presente, aos dois Presidentes do PNR que me antecederam: António Cruz Rodrigues, primeiro, e Paulo Rodrigues, depois. E juntamente com eles a todos os membros dos Órgãos Nacionais do Partido nessa época.
– a segunda etapa da nossa curta história é a da “projecção”. Nesta etapa de 2005 até 2009, muito se fez, muitos riscos se correram e muitos marcos assinalaram este período. Percorreu-se um caminho inevitável, com erros e acertos, com sucessos e insucessos, com coisas positivas e negativas, mas, seja como for, é inegável que nestes cinco anos o PNR deixou de ser um partido virtual e introvertido, para ser um partido incontornável na agenda política actual. O PNR abriu caminho, ganhou visibilidade, ganhou credibilidade e hoje defende pública e abertamente, bandeiras que há bem poucos anos eram impensáveis de se defender.
Só a coragem e determinação têm permitido que no meio de tantas dificuldades, vindas de fora e de dentro, o PNR seja hoje o projecto nacionalista mais duradoiro e sólido desde 1974.
A falta de recursos económicos e humanos, o estigma que paira sobre nós, as múltiplas dificuldades e armadilhas que minam o nosso caminho são realidades inegáveis. Os erros cometidos, a curta experiência, a escassez de quadros, são também realidades inegáveis que nos acompanham. As perseguições de vária índole, a censura e discriminação com que somos tratados, são também elas, realidades inegáveis.
Perante tal cenário, é de inteira justiça reconhecermos que o simples facto de existirmos, continuarmos e melhorarmos, é por si só, motivo de orgulho e regozijo.
Para se fazer face às múltiplas dificuldades que serão sempre as nossas companheiras de viagem, só há uma receita: coragem, persistência, constância e determinação. Esta é a receita que permite que, volvidos 10 anos, tenhamos um Partido Nacionalista e com ele uma porta aberta ao futuro.
Importa lembrar que, se muitas coisas não têm corrido de feição, se fracassos e insucessos houve, se frustrações e desânimos nos fustigaram, se quezílias e abandonos se verificaram, também muito se concretizou, muito se aperfeiçoou e ganhou em credibilidade e solidez.
Cumpre também aqui, agradecer a todos os obreiros desta etapa. A todos aqueles que integraram Órgãos Nacionais nestes 5 anos sob a minha presidência e que desse modo, dando a cara e a coragem, viabilizaram a continuidade e crescimento do PNR.
Agradeço, reconhecidamente, em nome do tempo presente, a todos aqueles que nestes anos nos acompanharam e lutaram ao nosso lado. Também àqueles que, por um motivo ou outro já se afastaram desta nossa luta, mas que, de em algum momento, fizeram parte do nosso sonho e deixaram algum do seu contributo e da sua vida contribuindo assim para construir a realidade que hoje é o PNR. Guardamos de cada um destes, reconhecidamente, os momentos de luta e convívio e a gratidão pela ajuda dada.
– finalmente, no início de 2010, com a IV Convenção Nacional do PNR, teve início a fase da “maturidade”.
Se Ontem foi Passado e amanhã é Futuro, cabe-nos hoje, no Presente, reforçar e aperfeiçoar a obra iniciada e que tanto sacrifício tem custado. Cabe-nos continuar e incrementar as coisas que fizemos bem e corrigir aquelas que fizemos mal. Cabe-nos, numa palavra, amadurecer. Crescer em maturidade e implantação.
E aqui, quero agradecer à actual Comissão Política Nacional que trabalha arduamente com o objectivo de fazer o PNR crescer de facto por dentro, de modo alicerçado. E a todos os membros dos Órgãos Nacionais. E a todos os militantes. E a todos os votantes e apoiantes. E a todos vocês aqui presentes e aos que se empenharam de modo incansável na realização deste evento.
O futuro do PNR é uma página por escrever e que tem que ser escrita por pessoas convictas e determinadas. Por resistentes! A História é escrita por gente que, com essa fibra – muitos ou poucos – vão até ao fim das suas forças e das suas vidas, lutando por aquilo em que acreditam.
São estes que, não esperando contrapartidas sociais, materiais ou profissionais, preferem viver e lutar apaixonadamente, reconhecendo o valor sublime de um ideal e da riqueza interior, vendo nessas realidades a verdadeira contrapartida de um combate que é incerto quanto ao dia de amanhã, romântico quanto ao ideal, e portador de uma riqueza interior, de um sentido para a vida e uma paz de consciência que só aqueles que vivem a coerência desse ideal sabem dar valor.
São estes que, sem aventuras inúteis nem actos irresponsáveis, sabem bem que o preço da coerência é pago com a coragem e o sacrifício. Mas esse preço vale bem a pena, porque não queremos ser espectadores do descalabro nacional, aburguesados no conforto de privilégios egoístas e reféns da mediocridade do politicamente correcto.
Temos que escrever o futuro do PNR com o sacrifício pessoal e entrega sem limites através da entrega generosa de tempo, energias, dinheiro, trabalho, militância. A unidade e fidelidade são a chave da vitória. Unidade e fidelidade em torno da Causa Nacionalista, do PNR. Unidade e fidelidade em torno dos pontos firmes que são comuns a todos nós e nos distinguem (e de que maneira!) dos donos deste regime da destruição nacional.
Esses pontos firmes que nos unem, fazem parte essencial da nossa cosmo-visão e para nós são sagrados. Não se negoceiam! Nação e Identidade; Família e Vida; Trabalho e Justiça Social; Independência e Soberania Nacional.
A luta por estas causas passa necessariamente pelo PNR. E o PNR só poderá vingar se contar com este punhado de activistas dispostos a correr todos os sacrifícios e todos os riscos sem qualquer contrapartida; sem qualquer certeza ou garantia. Entregues à causa com espírito de missão, dever, serviço e crença.
Não esperem nada da causa ou do partido! Estes, pelo contrário, é que esperam e precisam de todos nós.
Bem sabemos que a caminhada é longa e difícil; que as dificuldades e contrariedades espreitam em cada esquina. Todos os dias! Ninguém é obrigado a fazer mais do que sabe ou pode. Mas todos são obrigados em consciência a darem o melhor de si. Sempre! São estes que garantem a estabilidade e a continuidade. São estes que, encarando a luta com realismo, sabem viver na bonança e na tempestade, sabem encarar as vitórias sem euforia irrealista e também as derrotas sem desânimo fatal, sabem saborear os sucessos e suportar as desilusões. É destes, sobretudo, que o PNR depende.
“Não venci todas as vezes que lutei; mas perdi todas as vezes que deixei de lutar!”
E a luta Nacionalista trava-se necessariamente através do PNR. É nele reside a esperança para Portugal. Portugal precisa do PNR! E o PNR precisa da entrega generosa dos nacionalistas. Que nunca, nenhum de nós perca e faça perder por falta de luta… por falta de comparência…
O PNR é e será aquilo que dele nós queiramos fazer.
Termino, desejando que o PNR viva muitos mais anos, cada vez mais forte e melhor, para lograr alcançar a vitória e o resgate nacional.
Parabéns PNR! Viva o PNR! Viva Portugal!
José Pinto-Coelho | 10 de Abril de 2010
(*) Texto baseado nas palavras proferidas por ocasião da Festa dos 10 anos do PNR
Envolver-se!
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