A união nacional dos “democratas”
Ventos Nacionalistas sopram um pouco por toda a Europa. Tremem as vestais virgens da democracia (que, relembro, só é conveniente quando coincidente com o que pretendem…).
Por cá, a “união nacional de democratas” (composta por aqueles partidos que estão no par(a)lamento e recebem o dinheiro dos nossos impostos), estrangula as vozes dos pequenos partidos – cremos que com particular atenção e vigor no caso do PNR – pela via financeira.
Como sabem os mais atentos, e é do domínio público, todos os partidos políticos em Portugal são alvo de multas sobre as suas contas anuais – pela exigência absurda de uma contabilidade com um grau de complexidade apenas comparável ao das grandes empresas – e sobre as suas campanhas políticas (para as quais a grande maioria dos partidos nada recebe).
Uma lei votada pelos comparsas do par(a)lamento, aplica de modo igual o que é diverso. Aplicam-se aos partidos que recebem milhões do Estado as mesmas multas que são aplicadas aos partidos que vivem exclusivamente de quotizações de militantes. Multas que, não raras vezes, excedem o orçamento anual de tais partidos…
O PNR viu há menos de um mês penhoradas as suas contas correntes. Vendo posteriormente penhorada, ainda, a conta específica e obrigatória, criada há escassos dias para a campanha das Eleições Europeias, conta que servirá(ia) para apresentar as despesas da próxima campanha. Seguem-se, pois, novas multas? Pois não será possível mexer em tal conta e não se pode, assim, cumprir a própria Lei do Financiamento dos Partidos Políticos e das suas contas…
Ao bloqueio nos órgãos de comunicação, que vedava o acesso aos meios de comunicação social, recorre-se assim a esta peculiaridade possibilitada por este sistema: a asfixia financeira que claramente nos pretende amordaçar e impedir qualquer actividade.
Sabendo-se que só as contas do PNR foram penhoradas, o poder judicial (servente fiel de quem os apoia) tenta claramente impedir-nos de concorrer às próximas eleições.
É assim que estes donos da “liberdade” e da “igualdade” procedem quando se sentem incomodados por um partido que não tem medo, que não é refém do politicamente correcto e que ameaça crescer de forma significativa!
É este o verdadeiro rosto do sistema democrático e “pluralista” que insistem celebrar…
Humberto Nuno de Oliveira | Crónica publicada no Semanário “O Diabo” de 15 de Abril de 2014
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Envolver-se!
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