Ontem assistimos a mais um episódio que é o perfeito retrato desta república das bananas: em audição parlamentar, Joe Berardo brincou com todos os deputados e insultou todos os portugueses, certo de que goza da mais completa impunidade. Afirmou que não tem bens, não tem dívidas e que, pelos vistos, foi um mecenas dos bancos, declarações estas que devem revoltar qualquer português que todos os dias tem de trabalhar para sustentar a família e que não teve por parte dos deputados auditores a resposta adequada.

A retórica de Berardo é apenas aquela a que os nossos políticos ao longo dos anos nos habituaram e a quem os eleitores portugueses sufragam eleição após eleição… Assim, não entendemos qual a admiração ou incredibilidade perante tais declarações. Andam todos a dormir? Palavras-chave: impunidade, gozo, desrespeito, sociopatia, arrogância, invencibilidade, PS, PSD, CDS, eleitor, CGD, Banco de Portugal.

Quanto tivemos de produzir para, com os nossos impostos, tapar o buraco que Berardo deixou nos bancos? É por demais evidente que a culpa não é só dele: é de quem assegurou o empréstimo, é do banco supervisor, é de quem tem passado pelo poder e feito vista grossa a todos os “berardos”, muitas vezes com partilha do roubo por esses feito. O país está nas mãos de malfeitores, de uma teia de corruptos, com influências em todos os órgãos de decisão, quem sabe até na justiça, nas Forças de Segurança e nas Forças Armadas.

O cidadão eleitor tem nas suas mãos o poder de começar a reverter esta situação que o revolta. Temos de combater a mais completa impunidade de que gozam os inúmeros “berardos” deste país. A solução não passa por apoiar os partidos do sistema; eles são a raiz do problema. Passa por apoiar o PNR e colocar deputados seus na AR.