Por: Patrícia Manguinhas

Estou no sector privado, há um ano em teletrabalho, grata por continuar assim até ao final do ano, e esperançosa que me deixem continuar assim até à reforma! Poupo duas horas e meia diárias em deslocações, o que me permite acompanhar o meu filho e desenvolver as necessárias tarefas diárias, resultando em tempo útil de qualidade. Durmo mais, descanso mais, relaxo mais, produzo mais.

Não sinto falta do trânsito, das avarias e acidentes que provocam filas e atrasos que me dão cabo dos nervos. Não gasto dinheiro em combustível, estacionamento ou mesmo no desgaste normal do carro. Nem penso que recorrer aos transportes públicos miseráveis que temos sai mais barato…

Alimento-me melhor, sem ter de recorrer a marmitas, refeitórios barulhentos ou menus de restaurantes. Calhando, ainda durmo a sesta! Não tenho de suportar educadamente colegas de trabalho; socializo com os amigos; obrigada!

Portanto, quando leio alarvidades destas, vindas do PCP e Chega, questiono-me quantas empresas e postos de trabalho é que esta gente já criou e manteve? Isto é brincar com o sector privado e, mais uma vez, o objetivo é ver quem vai buscar mais votos ao funcionalismo público e continuar a fazer demagogia populista.

Se estivessem realmente preocupados com quem trabalha, e não em parecer bem, não teriam permitido tanto encerramento de empresas e tanta gente sem trabalho! Como se já não bastasse a estúpida carga fiscal a que estão sujeitas as empresas, bem como as pesadas contribuições sociais, agora ainda levam com a responsabilidade das medidas preventivas, seus custos e condicionalismos!

Então, porque não defendem o mesmo para o sector privado? Porque sabem muito bem que não é exequível para as empresas! Assim como também não é para o Estado! Só que neste pagamos todos nós, além de aumentar o endividamento nacional e, por conseguinte, das próximas gerações. Mas isso são pormenores para demagogos e caçadores de votos…