A Assembleia da República aprovou, no passado dia 23 de Julho, a nova lei de cobertura jornalística das campanhas eleitorais. É a pouca-vergonha do cinismo deste sistema, que faz tábua rasa da sua própria Constituição, mais uma vez a manifestar-se. Só não vê isso, quem não quer!
Agora, os media estão totalmente à vontade para cobrirem apenas os partidos – cada vez mais blindados – da AR e os outros, de esquerda e extrema-esquerda, que tanto gostam de levar ao colo.

São bem esclarecedores os pontos 2 e 3 do artigo 7º (Debates entre candidatos) da referida lei:

2 — A representatividade política e social das candidaturas é aferida tendo em conta a candidatura ter obtido representação nas últimas eleições, relativas ao órgão a que se candidata. 
3 — O disposto no número anterior não prejudica a possibilidade de os órgãos de comunicação social incluírem, no exercício da sua liberdade editorial, outras candidaturas nos debates que venham a promover.

Esta lei permite constituir várias ligas de partidos. A “primeira liga” reservada aos partidos do alterne para onde serão dirigidos os holofotes da comunicação social, depois, na “liga de honra” ficam os restantes parceiros “par(a)lamentares” e talvez algum dos seus apêndices a quem a comunicação social tenha interesse em defender em nome da “igualdade de oportunidades”. Por fim, nas “ligas distritais”, vão aparecer os restantes partidos. Ao PNR, apesar do seu permanente activismo e de ser o único partido realmente diferenciador, deve estar reservado algum cantinho de jornal, pois esta lei permite continuar o boicote mediático a que temos vindo a ser sujeitos.

Tirando algum órgão de comunicação social regional, porque ainda não estão dominados pelo grande capital que gere os media e pelas redacções controladas pela esquerda, não devemos ter cobertura. 

Se nas eleições anteriores ainda havia alguma igualdade de oportunidades, agora deram carta-branca à arbitrariedade totalitária destes hipócritas. Continuem, pois, a votar neles…