A Assembleia da República condenou, ontem, criação de um museu dedicado a Salazar em Santa Comba Dão, Viseu, aprovando um voto do PCP por considerar ser uma “afronta à democracia”.

Na votação, PSD e CDS abstiveram-se, mas a maioria de esquerda – PS, BE, PCP e PEV – aprovou o voto apresentado pelos comunistas à comissão permanente da Assembleia da República, órgão que substitui o plenário do parlamento durante as férias.

A esquerda mostra as suas garras e os seus tiques estalinistas. A máscara cai àqueles que antes e depois do 25 de Abril criticavam a censura e reclamavam por liberdade de expressão, mas que hoje se revelam os maiores e mais ferozes censores e que tentam apagar a História e impor um pensamento obrigatório. Há muito que se sabe que a esquerda não convive bem com a História. Não por acaso, alimentam há mais de 150 anos a narrativa que é imperioso fazer tábua rasa da História, da cultura, da estética, e iniciar uma página em branco do pretenso “homem novo”.

A proibição da construção do museu, revela, mais uma vez, que estamos perante uma aberrante manifestação “liberticida” e anti-democrática. Ficamos também a saber que os pigmeus da política que nos governam – e decidem os destino dos 10 milhões de portugueses e dos seus vindouros – reduziram em 1/3 a carga horária semanal da disciplina de História, ao abrigo do decreto-lei da Flexibilidade Curricular. Não há coincidências! Ninguém se iluda! Estas decisões são reflectidas e orquestradas em reunião. Eles sabem que um povo sem memória, é um povo sem identidade e, consequentemente, mais fácil de ver as suas emoções manipuladas, as suas “vontades” instrumentalizadas e as mentalidades devidamente orientadas.

Também não estranhamos a abstenção do CDS/PSD, sempre cobardes quando se trata de enfrentar a esquerda e, em termos práticos, são cúmplices das suas políticas nefastas. Mais uma vez. o bloco que vai da extrema-esquerda até ao centro,direita, actua unido, contra o bom senso, a verdade e a liberdade.