O sistema que nos mata
Por: Alexandre Reigada
A propósito da primeira conferência virtual do Ergue-te!, subordinada ao tema “Ser anti-sistema: sinais e consequências” aprofundo e concretizo um pouco acerca do sistema podre em que vivemos.
O que é afinal um sistema? Basicamente é um conjunto de elementos que formam um todo com uma função concreta. No futebol, fala-se muito do “sistema”. Ora bem, está-se a referir a todo um conjunto de poderes e regras que organizam o mundo futebolístico. Comparativamente, um regime é um sistema, pelo que, no âmbito da política, ao falarmos em sistema, estamo-nos a referir especificamente e este regime inaugurado – de forma ilegal – em 1974.
Se um sistema, em abstracto, não é bom nem é mau, mas antes essencial, ao analisarmos o actual sistema diremos que a sua característica fulcral é fazer tudo ao contrário daquilo que o bom senso aconselha e a nação precisa. Esse princípio perverso resulta, por um lado, no reforço dos privilégios exclusivos das castas dominantes, e por outro, num povo maltratado e humilhado, vivendo debaixo de uma ameaça permanente por parte dessa mesma casta de intocáveis que usurparam o poder e dele abusam por todas as formas e com total impunidade.
Isto é sinónimo de terrorismo de um Estado sequestrado, que em quase cinquenta anos apenas acumulou dívidas e dúvidas, numa constante incerteza quanto ao futuro que os partidos-seita – ou gangue! – que o aprisionaram e que bem conhecemos são incapazes de planear. Com um olhar atento, vê-se que o “povo”, que dizem representar, é tratado com um mal dissimulado desprezo.
Prosseguindo a caracterização deste sistema que desprezamos e combatemos com todas as nossas forças, diz ele, por exemplo, defender o ambiente, mas temos o país invadido por florestas de eucaliptos para o fabrico da pasta de papel, sendo que as celuloses são uma das indústrias mais poluentes. A isto acrescem incêndios catastróficos que marcam toda a vigência da III República.
Noutra vertente, com a dívida pública a atingir recordes, devido à irresponsabilidade criminosa das políticas de todos os governos, sem excepção, com a vinda de uma putativa bazuca europeia que nada vai resolver nem chegar àqueles que viram o seu negócio arruinado, só se agravará a nossa dependência financeira e estaremos no limiar do ponto de não retorno.
Se não se muda o regime e o seu modelo corrupto e parasitário, o desastre será inevitável e irreversível. A ruína não terá precedentes! Os recursos financeiros do Estado estão esgotados e a sociedade não tem meios para se defender contra estes inimigos que se apresentam como salvadores. O que aí vem, irá afectar a todos! Ricos, remediados e pobres, visto estarmos totalmente manietados: proibidos de pescar nas nossas próprias águas territoriais, proibidos de cultivar aquilo que nos faz falta para comer, proibidos de fazer a gestão dos nossos próprios recursos de acordo com as necessidades, forçados a vender o melhor que temos a preço de liquidação total…
Por seu turno, o princípio geral do sistema económico vigente é pagar aos trabalhadores o mínimo – apenas para a sua subsistência – ao mesmo tempo que estabelece elevados preços no consumo. Por isso, jamais vai acabar com a pobreza que apenas trata disseminar. A moral e a ética foram suprimidas da acção política para dar lugar à corrupção e ao compadrio, e esta é talvez a característica mais negativa deste sistema a que estamos sujeitos.
O que temos é um regime que renuncia à História e ao Povo do país que era suposto proteger e salvaguardar. O que temos, é um sistema que se baseia nos vícios e não em virtude, com uma mentalidade que despreza a inteligência e a sabedoria, e divide para reinar.
A finalizar, é, pois, um sistema que vive de fiado e conversa fiada. Manifestis probatum está que este Regime, com todos os seus mecanismos de opressão e manipulação, é um fracasso e ele mesmo a verdadeira ameaça à continuidade e sobrevivência da Nação. O partido Ergue-te! bem sabe da real situação que Portugal enfrenta e, por ser livre, por não comer à mesa do sistema, sem papas na língua, não se cansa de alertar para a podridão nauseabunda mal disfarçada com perfumes baratos e, por ser livre e não depender de trocas de favores, é o único que está dotado dos meios para libertar a Pátria deste jugo e retomar a via do desenvolvimento.
Envolver-se!
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