Novopress: "Entrevista a Pinto Coelho"
Sob este título, a Novopress concedeu uma curta entrevista ao nosso Presidente, a qual publicamos aqui.
A Novopress.info – agência de imprensa livre – é um espaço informativo, à escala europeia, no qual os Partidos, Movimentos, Grupos e Dirigentes Nacionalistas, gozam da plena liberdade de expressão que lhes é negada pelo Sistema segregador, dominado pela esquerda cultural e pelo politicamente correcto.
1 – Depois de algumas convulsões internas próprias, pode explicar aos nossos leitores quais têm sido as dificuldades que encontraram para estruturar o Partido?
Antes de mais, gostaria de enquadrar esta questão. Foi referido que são convulsões “próprias” (das circunstâncias). Concordo com o “próprias”, no sentido de que são situações normais e previsíveis. Já no que respeita ao termo “convulsões”, creio que este trás consigo um peso algo exagerado para aquilo que se tem passado.
Por convulsão, eu entenderia uma quase tragédia, e não é isso que se passa. Nem de perto.
Não podemos ser cegos, nem tolos, nem mentirosos, fazendo de conta que situações difíceis não existem. Elas existem! E qualquer tentativa de escamotear essas realidades, seria querer tapar o sol com a peneira e atirar areia para os olhos dos outros.
Creio que o mais realista será, pois, esclarecer que tem havido alguns ajustes a nível de dirigentes e de Órgãos Nacionais. Isto sim, é uma situação normal após uma grande mudança, como aquela que se verificou em Junho passado.
Em Junho, foi preciso tomar-se consciência de que o Partido tinha que ser salvo do colapso, reorganizando-o, “profissionalizando-o” e abrindo-o, quer a nível externo, quer interno. Para tal, procurei constituir uma equipa de pessoas que garantisse uma grande amplitude de tendências e de modos de sentir e estar.
Foi uma aposta; e como qualquer aposta pode ter resultados mais ou menos certeiros.
Casos houve, em que as pessoas superaram em muito as minhas expectativas, e, inversamente, casos também em que afinal ficaram muito aquém e não corresponderam minimamente àquilo que pareciam “prometer”.
Além disso, houve uma ou outra situação de pessoas que se demitiram das suas funções por razões pessoais. É óbvio que ao terem tomado essa decisão, de certa forma defraudaram a expectativa que nelas coloquei. Mas acho preferivel que assim seja. As pessoas devem assumir as suas decisões, e mais vale que dêem lugar a outros que trabalhem, do que ficarem a fazer de conta, ou ficarem com uma permanente sensação de violentação pessoal. Se acham que o peso se torna insustentável, devem ser livres de abdicar. Continuamos amigos e camaradas na mesma.
Tal como referi na minha Moção na Convencão de Junho, estou certo de que as pessoas não duvidam dos “sacrifícios pessoais, familiares e profissionais que esta missão exige de mim; as dificuldades e os obstáculos que terei que suportar e transpor; os conflitos que terei que gerir e as difíceis decisões que terei que tomar e que raramente agradarão a todos. (…) tenho seguramente uma mais-valia: a capacidade de unir, dialogar, e sentar-me à mesa com qualquer facção e com qualquer camarada.”
Dito isto, ou melhor, relembrando esta ideia, resta-me dizer que o precurso destes oito meses não tem surpresas de relevo; tem apenas verificações, por vezes duras, de realidades que eu sabia, desde logo, que teriam que ser atravessadas.
Para além das dificuldades que se referem directamente ao factor humano, às relações entre dirigentes, entre militantes, entre camaradas, tudo o resto é, sinceramente, secundário.
Há aspectos de variadíssima ordem, desde os meios financeiros, a implantação local, a visibilidade externa, o acesso aos media, até à própria organização burocrática que têm que ser implementados, melhorados, regulamentados, etc. Mas tudo isso se vai fazendo.
O que importa, para concluir, é a ideia de que o ânimo e a determinação, vencem sempre, mas sempre, as dificuldades e os contratempos.
2 – E que medidas de reestruturação têm sido tomadas?
Encontrar as pessoas para os lugares; atribuir pelouros e responsabilidades, tem sido uma tarefa imprescindível para que o resto se possa edificar.
As medidas concretas têm passado, por isso, pela delegação de competências e pela abertura de possibilidade a que as pessoas possam trabalhar.
Resumidamente, entre aquilo que já está feito, o que está em decurso e o que está pensado para breve, talvez agrupe o elenco dessas medidas em duas áreas: a externa, que tem que ver com a visibilidade e projecção do partido e a interna, que tem que ver com as questões burocráticas e de regular funcionamento do partido.
Torna-se dificil, em poucas linhas, mencionar tudo e separar as categorias… Mas, a sede está a funcionar, o portal na net está a melhorar, o contacto com os meios de comunicação social está a ser constante (é arduo e quase ingrato, na medida em que o resultado do esforço é mínimo, mas tem conhecido alguns frutos), as acções públicas são uma realidade (manifestações, almoços, etc); o funcionamento do Conselho Nacional, as diversas reuniões de trabalho, multifacetadas, os regulamentos e outros aspectos jurícos, a base de dados, e por aí fora, são realidades que eram inexistentes ou simples caricaturas há meses atrás, e que agora estão a funcionar.
De momento, estamos a emitir, pela primeira os cartões de militante, estamos a restruturar – com hierarquia e disciplina – a implantação e os núcleos. Estamos a pensar num boletim de notícias, para ser enviado mensalmente, via net, a militantes e apoiantes. Estamos a pensar na realização de um 10 de Junho, como uma festa Nacionalista, organizada e participada por todos os movimentos e grupos da área Nacionalista…
3 – Com este marasmo eleitoral, qual vai ser a estratégia do partido para o ano de 2006?
Agora estamos a três anos das próximas eleições. Isso é bom para Portugal e é bom para o PNR. É bom para Portugal, porque tivemos 5 eleições no espaço de dois anos… É bom para o PNR, porque precisa de tempo para amadurecer e crescer, sem ser sistematicamente confrontado com eleições.
A estratégia é simplesmente a de crescer em organização interna e em projecção externa, de modo a que permitam, em conjunto, que nas próximas eleições o Partido seja conhecido por muitos mais portugueses e seja inspirador de credibilidade.
Isto é uma tarefa de “profissionalização” que terá que ser levada a cabo por não-profissionais da política. É por isso um grande exemplo de entrega e militância.
4 – A nova lei da nacionalidade foi aprovada, que considerações tem o Presidente do PNR a fazer perante este novo cenário jurídico?
Esta lei é mais uma machadada na já frágil e enferma identidade nacional. Há forças que estão realmente apostadas em desmantelar a civilização das Nações europeias. Essas forças, criminosas e traidoras – é preciso que se diga! – constroem uma fortaleza totalitária “cultural”, cheia de armadilhas, de tabus e proibições, em nome do politicamente correcto, calando assim quem se tentar opor à sua marcha de demolição civilizacional.
Isto é grave e terá consequências desastrosas, uma vez que, face a este novo e iníquo cenário jurídico, a nacionalidade passa a ser transacionada no mercado de conveniências.
Enfim, é o mundialismo capitalista de mão dada com o mundialismo multicultural. Um monstro de duas cabeças: a direita e a esquerda…
Só o Nacionalismo se oporá a este monstro e terá vontade e capacidade para inverter e corrigir o rumo dos tristes acontecimentos.
5 – Obrigado, por esta pequena entrevista. Quer deixar alguma palavra para os militantes e simpatizantes?
Sou eu quem agradeço esta nova oportunidade de divulgação dos ideais Nacionalistas, pois que eles são tão abafados e silenciados pelos meios de comunicação social de referência.
Gostaria de lembrar que o PNR é um pequeno partido a todos os níveis, excepto dois: ideologia e militância!
Distingue-se dos outros pequenos partidos justamente porque tem todas as potencialidades para se tornar num partido gigante. Porque tem uma imensa margem de progressão. Porque é o único partido pequeno que faz política de forma permamente, mesmo sem meios e contra todas as dificuldades.
Não se pode exigir do PNR o mesmo desempenho dos super-partidos com potentes máquinas partidárias e profissionais.
Apenas se pode esperar de um Partido feito “fora de horas” – por portugueses com grande vontade de assim o continuarem a ser – que vá crescendo gradualmente e de forma consistente. Mas não há formulas mágicas: ou todos ajudam, ou ficamos pelo caminho…
Eu, pessoalmente estou firmemente pressuadido que o Nacionalismo há-de vencer a seu tempo, até mesmo porque o próprio Sistema que nos (des)governa, se encarrega de “trabalhar” por nós nesse sentido, multiplicando o rol de disparates graves, perigosos e criminosos (como esta lei acima referida), dando-nos razão junto do povo.
Claro que o caminho não é fácil para nós Nacionalistas e para o PNR. Bem pelo contrário!
Mas só se desenham dois possíveis cenários na nossa vida de Nacionalistas e Patriotas: ou abdicamos ou lutamos.
A escolha do primeiro cenário é reprovável e indigna, sendo que, a prazo, a factura da cobardia de quem o elege, será um dia muito elevada.
A escolha do segundo, é Nobre! Não se pode esperar, neste caso – no curto e médio prazo – segurança, estabilidade e vida cómoda, mas apenas incerteza e aventura. A única garantia é a de uma consciência descansada, a de que uma pessoa possa olhar de frente para o espelho, e a forte esperança da vitória no médio ou longo prazo.
A escolha cabe a cada um. Mas eu acredito na escolha acertada das camadas jovens!
Envolver-se!
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