Aborto | Outras questões
Aborto | Outras questões
Depois de aberta a discussão em Plenário, na Assembleia da República sobre o novo referendo, vai começar a campanha intoxicante dos média sobre as virtudes abortista.
O problema que, no fundo, se quer resumir à questão do sim ou do não ao aborto, é falsa e é hipócrita a ideia de nos querem convencer de que é algo tão simples quanto isso: sim ou não, às mulheres poderem abortar livremente.
Se já existe legislação sobre o assunto e legislação para quem a transgredir, o que se pretende mais, afinal? É a descriminalização de quem transgride a lei? Então nesse caso não faz sentido a existência de qualquer lei, se esta não tiver consequências práticas.
Como sempre defendemos não se pode ceder terreno e negociar questões de princípios e de valores.
O que está em causa é, além da pura e simples liberalização do aborto, passando este a ser uma opção segundo os livres caprichos da mulher – que, como temos vindo a defender é a defesa da cultura de morte e da barbárie – toda uma série de problemas e questões que se levantam como consequência de uma eventual vitória do sim.
A gravidez é algo normal e desejável e deve ser apoiada. Um aborto voluntário é o contrário de tudo isto. Por este facto, é falsa a questão que os abortistas colocam que, “se o Estado suporta o apoio às grávidas, deve suportar também a prática do aborto”.
O Estado deve suportar todos os custos inerentes à sua própria vitalidade, ao crescimento demográfico e à garantia da continuidade e viabilidade da Nação. E jamais deverá sustentar um capricho, sobretudo com um sinal claramente destrutivo!
É que ainda ninguém definiu claramente em que moldes é que se irá processar o livre acesso à prática abortista. Podemos, por isso, levantar as seguintes questões:
-Quem é que vai pagar o aborto?
-Em que hospitais, é que este se poderá praticar, e que impacte isso terá nas listas de espera?
– Se os hospitais não tiverem capacidade – segundo diz o Ministro – as clínicas privadas poderão ser uma solução. E quais são essas clínicas? Em que moldes e quem é que as selecciona? Quem controla a sua capacidade técnica para o cumprimento das regras? Quanto é que vai custar aos contribuintes cada aborto?
– Uma mulher pode abortar as vezes que entender durante a sua vida, e os contribuintes a pagarem?
– Quanto aos profissionais de saúde a objecção de consciência é um facto adquirido. Mas, quem é que garante que o profissional não venha a ser objector de consciência no hospital público e se já não se assuma como tal numa clínica privada, em benefício próprio?
Todas estas questões não foram devidamente esclarecidas, já que não se descola do assunto da despenalização das mulheres que abortam. Então de que estamos à espera? Que o sim passe e depois logo se vê?!
Envolver-se!
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