Transportes públicos pesam mais nos bolsos dos portugueses
O anúncio feito, na semana passada, do aumento dos preços dos transportes públicos já a partir de Agosto, merece a mais veemente repulsa por parte do PNR.
Embora sejam medidas previstas no Memorando da Troika que cabe ao nosso Governo subserviente executar, estas vão chegando às pessoas numa sucessão de más notícias que não terão fim.
O PNR, na campanha eleitoral, alertou para os pesados sacrifícios que seriam impostos salientando que a “procissão ainda ia do adro”…
Impõe-se pois, voltarmos a questionar: até onde e quando se vai cortar nos direitos e garantias dos portugueses e agravar ainda mais os seus encargos? O que é, afinal, proposto aos portugueses, como objectivo que justifique tais sacrifícios?
O anúncio do aumento muito pesado dos transportes, numa média que se cifra pelos 15% globais, chegando nalguns casos a 25%, representa mais um forte abanão no equilíbrio orçamental das famílias, já de si tão fragilizado. É que estamos a falar de necessidades básicas e fundamentais, de deslocação quotidiana das pessoas para os seus trabalhos ou escola. E não cabe aqui o estafado argumento do “utilizador-pagador”, já que os impostos pagos por todos servem justamente para que existam serviços mínimos, de qualidade e eficácia e a preços compatíveis com a realidade do rendimento per capita nacional. Não cabe aos portugueses sustentarem a dívida do Estado, pagando com o dinheiro que mal lhes chega.
O problema dos transportes tem que ser solucionado na sua raiz, e se é verdade que este representa um buraco orçamental de mais de 10 mil milhões de euros, tal se deve a uma má gestão que tem que ser corrigida. Não é, por certo, nos bolsos dos portugueses que se encontrará a solução milagrosa para situações que teimam em não ser resolvidas e que, desde modo, continuarão a gerar deficit.
Haja coragem e determinação para se reestruturar todo o sector dos transportes públicos, que há muito reclama um estudo sério das necessidades e prioridades populacionais, boa gestão de meios e optimização de recursos. Ora esta definição das melhores soluções que envolvam esforços concertados entre os diversos tipos de transportes nas grandes áreas metropolitanas – com visão de serviço e de interesse nacional – é naturalmente incompatível com interesses instalados e gestões danosas…
O PNR não se cansa de afirmar que o Estado anda a roubar os portugueses e a ir descaradamente aos seus bolsos! A resolução do problema financeiro não pode passar nunca por empobrecer os portugueses e paralisar a actividade económica, mas antes por cortar onde tem que ser feito: despesismo do Estado, subsídio-dependência, sustento dos poderosos e de vícios e interesses de grupo.
Envolver-se!
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