Rascunho da Semana | 23 de Outubro de 2011
> Vergonhosos políticos que nos têm governado! Além de não darem o exemplo e não serem solidários, – sendo eles os responsáveis pelo colapso nacional – recebem, muito caladinhos, fabulosas quantias a título de pensões vitalícias, subsídios ou outra forma de apoio a coberto da lei. O Ministro Miguel Macedo, por exemplo, renunciou hoje aos 1.400 euros de “subsídio de alojamento”, imagine-se, para não alimentar polémicas, ainda que “se trate de um subsídio legal”… Tal atitude “magnânima” deveu-se apenas à polémica levantada, pois estes senhores não distinguem legalidade de moralidade! Assim, roubando descaradamente tudo o que podem, continuam hipocritamente a falar de austeridade e de sacrifícios… para os outros! Vergonha! E que dizer dos mais de 400 políticos que além de se terem orientado como gestores, após o trampolim da política, recebem chorudas pensões vitalícias? Desde aqueles que se encontram a braços com a Justiça, como Duarte Lima, Armando Vara ou Dias Loureiro, passando pelos liberais-capitalistas como Ferreira do Amaral ou Manuela Ferreira leite, até aos comunistas e socialistas (“defensores” das causas dos pobres) como Carlos Carvalhas ou António Vitorino, ou exemplares de “socialistas” convertidos ao capitalismo, como Jorge Coelho. Tudo boa gente! Gente que, apesar de ter requerido essas pensões, “sofre” cinicamente com os dramas – esses sim, reais – de desempregados, reformados e toda a espécie de gente que passa dificuldades.
O PNR pugna pela justiça social, pelo exemplo moralizador que tem que emanar da classe política e, como sempre tem defendido, não é com esta casta politiqueira que se vai operar mudança alguma. Eles têm que ser afastados dos centros de decisão, julgados e condenados a pagar tudo o que têm roubado ao país.
> As parcerias público-privadas, conceito criado no Governo de António Guterres, têm-se revelado também uma óptima fonte de tachos. Além de garantir emprego muito bem pago para amigalhaços, elas têm a particularidade de garantir lucro – quando haja – para a parte privada, mas sempre grande prejuízo – habitual – para a parte pública, ou seja, uma factura a ser paga por todos nós. Esta semana, a Direcção-Geral do Tesouro revelou um buraco superior a 15 mil milhões de euros, gerado por essas parcerias, representando um valor treze vezes superior ao que o Estado conta arrecadar com a sobretaxa de IRS sobre o subsídio de Natal deste ano.
O PNR defende a propriedade e a iniciativa privada, sem cair nos excessos socialistas e nacionalizantes tão em voga, mas também sem impor o programa liberal, desregulado e antinacional. Ora, estas parcerias parecem juntar os males de ambas as situações, impondo-se assim uma exaustiva auditoria com vista à extinção ou renegociação de cada uma delas.
> Salários e pensões sobem uma ninharia desde 74, conforme os dados da Portada, divulgados no Jornal Sol. Afinal, após 37 anos de “radioso” regime de Abril, parece que, já descontado o efeito da inflação, o salário mínimo nacional subiu apenas 88 euros e as pensões de invalidez e velhice, apenas 38 euros. Ainda segundo esses dados, Portugal era no ano passado o quarto país da União Europeia com maiores desigualdades de rendimentos entre os mais ricos e os mais pobres. Para finalizar, Portugal, num espaço de 4 anos (2005-2009), passou do 17.º para o 9.º país com a taxa de risco de pobreza mais alta da UE.
Nas últimas campanhas eleitorais, o PNR tem-se batido insistentemente pela necessidade de moralização do poder político, desde logo, a começar pela própria Justiça, já que, onde uma e outra não se afirmam, cedem terreno à lei do mais forte e à impunidade destes, tendo como resultado o fosso crescente entre ricos e pobres que desmente qualquer preocupação de justiça social.
> Desemprego deverá chegar aos 13,4% em 2012, conforme noticia também o jornal Sol. Esta subida no índice do desemprego não nos espanta, pois ao que parece, corta-se em todo o lado menos… no desemprego! Afinal, o que será preciso para que os governantes e certos economistas vejam que isto não pode continuar com cortes a direito para compensar défices astronómicos? Essas medidas estão a delapidar todos meios de produção que ainda restam ao país. Sem um plano de estímulo à produção nacional, todos estes cortes são em vão, pois vai chegar uma altura em que, como não produzimos riqueza, não vamos conseguir pagar os juros dos nossos credores nem os subsídios ao desemprego gerado pelo corte cego em toda a parte.
O PNR sempre se opôs frontalmente às engenharias financeiras e especulações que em nada contribuem para a riqueza nacional, e defende, por outro lado, que sejam criadas condições para o retorno à produção nacional onde o Mar seja uma prioridade.
> Suspensão dos subsídios no privado, é algo que já se admite por pessoas como Francisco Van Zeller, Presidente do CPI ou António Saraiva, Presidente da CIP. Face a notícias destas, ficamos sem palavras… Mas será que estas “massas cinzentas” de referência, tão conceituados e empreendedores, não estão a ver que a grande maioria das pessoas depende literalmente desses subsídios para compras diversas, férias e pagamento de dívidas, de seguros ou de impostos? Se o caminho passa por se continuar a cortar no poder de compra das pessoas, então o cenário mais que provável, além do refúgio na economia paralela, será a paralisação de toda a actividade económica.
Já com sinal contrário, Belmiro de Azevedo criticou as acções do governo e afirmou que os “portugueses estão asfixiados com os impostos e o esforço fiscal incide sempre sobre os mesmos e ainda por cima não serve para relançar a economia”. Acrescentou que “é mais fácil e eficiente criar impostos” e que “temos um estado obeso, gigantesco e ineficiente”, reforçando a ideia de que “a tributação exagerada é sempre uma perda de competitividade” e que, “às taxas actuais, não temos nenhuma hipótese de pagar a dívida”. Ou seja, palavras que sublinharíamos por baixo, por coincidirem com aquilo que sempre temos vindo a defender no PNR.
> Celebração do Dia do Exército (24 de Outubro, data em que celebra também a tomada de Lisboa, em 1147, pelas tropas de D. Afonso Henriques, patrono do Exército) realizou-se em Bragança nos dias 21, 22 e 23 com orçamento reduzido devido à crise, mas com a dignidade que merece. Durante os três dias de festa do Exército form inúmeras as iniciativas espalhadas pelos pontos mais emblemáticos da cidade: desde exposições dos equipamentos e materiais militares a demonstrações feitas pelas diferentes estruturas do Exército, ao contacto mais directo com a população, através de um hospital de campanha para fazer rastreios à tensão arterial e glicemia e da padaria do Exército para oferecer produtos às pessoas. Esta iniciativa foi também uma forma de homenagear os militares que integram o Exército oriundos da região.
> Militares decidiram protestar através de uma concentração que ficou marcada para o dia 12 de Novembro, no Rossio, contra as “duríssimas medidas” do Governo sobre o país e as Forças Armadas. A redução das remunerações, aliada aos cortes dos subsídios de férias e de Natal e ao aumento generalizado dos impostos, está a atirar muitos militares para o limiar da impossibilidade de cumprir com os compromissos financeiros assumidos.
Envolver-se!
Comentários