Conferência do Movimento Verde sobre energia nuclear
Realizou-se no sábado, dia 11 de Fevereiro, a segunda sessão do ciclo de conferências sobre ecologia e energias, promovida pelo Movimento Verde, intitulada “Energia Nuclear, solução energética para Portugal?”, que se saldou em mais um evento muito positivo, tendo-se registado bastante interesse e entusiasmo por parte daqueles que optaram por dedicar a sua tarde de sábado ao salutar debate de ideias sobre esta temática.
Leandro Souto, colaborador do Movimento Verde, deu início às actividades e fez um breve balanço da actividade do Movimento Verde que, apesar de contar com menos de três meses de existência, tem já no seu currículo bastante trabalho desenvolvido “no terreno”. Foi também anunciado o arranque do ramo regional de Coimbra, que está a organizar a terceira sessão deste ciclo de conferências, subordinada à temática da co-incineração e que terá lugar no próximo mês de Março, bem como o arranque do ramo de Setúbal, que está a trabalhar no projecto “Ética e Solidariedade” e cuja primeira acção será anunciada muito em breve.
Em seguida, tomou a palavra o Eng. Ricardo Augusto, que começou por falar da forma de funcionamento de uma central nuclear e de um reactor típico, bem como das diferentes formas de reacção nuclear, nomeadamente a fusão e a fissão, sendo esta última apresentada pelo orador como a única alternativa nuclear viável para fazer face a problemas como o aumento do consumo energético global, a escassez de alguns recursos energéticos e o consequente aumento do seu preço, e as famigeradas emissões de gases de efeitos de estufa.
Depois da análise de alguns quadros estatísticos relacionados com consumo-produção energética versus análise custo-benefício, o orador falou das vantagens e das desvantagens desta opção energética, tentando desfazer alguns “mitos”, como sejam, o da falta de segurança ou o facto de não ser uma energia “limpa”.
Antes do intervalo, Rui Amiguinho, também colaborador do Movimento Verde, apresentou o caderno literário “A Ecologia como Revolução” de J.C. Arroyo, tendo aproveitado para salientar que o Movimento Verde pretende recuperar o verdadeiro e original significado da palavra “Ecologia” e do âmbito de acção de um “Movimento Ambientalista”, que consiste numa abordagem “sangue e solo, terra e identidade” face ao Homem e à Natureza em torno de factores indispensáveis como o território, a identidade, a comunidade ou a hierarquia.
Na segunda parte do evento, após um intervalo para lanche e convívio, o Eng. Ricardo Augusto falou do futuro da energia nuclear, bem como da possível implementação de uma solução deste tipo no nosso território. Na opinião do nosso orador, devido a um conjunto de variáveis, como sejam a forte aposta que Portugal tem já nas renováveis ou o facto do preço dos combustíveis fósseis não ser ainda uma ameaça, a aposta no nuclear não é fundamental para o imediato, mas é uma opção a ter em conta no longo prazo, considerando que esta forma de energia seria complementar às renováveis, contribuindo assim para uma maior independência energética portuguesa e maior diversidade deste sector.
Finda a apresentação, deu-se início a uma animada sessão de perguntas e respostas, que certamente enriqueceu e ajudou a esclarecer ou reforçar as ideias de todos os presentes.
Envolver-se!
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