Fim da greve de fome
Na madrugada de 4ª para 5ª feira, 28 de Março, demos por terminada a acção de greve de fome iniciada no dia 25.
As causas da nossa acção, já explicadas em diversos comunicados, terminariam no preciso momento em que o serviço público de televisão (RTP), tivesse a coragem e a honestidade de difundir este protesto.
Ao pretender ser uma chamada de atenção para as injustiças graves que se abatem sobre o PNR e sobre todos aqueles a quem é vedado o elementar direito de se exprimirem em igualdade de circunstâncias com quem tem a vida facilitada, pretendeu ela, de igual forma, testar a atenção dos media para tal iniciativa extrema. Assim, ao fim do terceiro dia, e como se confirmava o cenário da não comparência de televisões (com honrosa excepção da TV-Record) nem da imprensa escrita (excepção feita a algumas edições on-line), avaliada a situação, entendeu-se não se prolongar indefinidamente o sacrifício dos dois dirigentes sem se preverem quaisquer vantagens que pudessem acrescentar algo mais ao que já fora feito.
Cumpre-nos deste modo, em forma de balanço, destacar o seguinte:
1. Mais uma vez, fica claramente demonstrado que a comunicação social de âmbito nacional é tudo menos livre e isenta. Pratica a mais vergonhosa censura ao PNR, numa demonstração evidente de medo de que as nossas ideias possam levar ao fim do sistema de clientelismo e corrupção que a sustenta;
2. A comunicação social, dita de referência, é cúmplice do sistema e co-responsável pela situação desastrosa a que o país chegou;
3. Os dirigentes do PNR, acreditando efectivamente na alternativa nacionalista e no crescimento do partido, não hesitam em combater, insistentemente, pelos mais diversos meios, em nome daquilo em que acreditam;
4. Os dirigentes do PNR dão o exemplo e o corpo ao manifesto, sacrificando-se pela causa até ao extremo, não se cansando de explorar todos os meios que estejam ao seu alcance;
5. A aproximação de muita gente que se sentiu tocada e solidária com esta acção foi um sinal muito positivo e animador;
6. A visita das pessoas que, de dia e de noite, nos vieram cumprimentar, deu nota do alcance profundo desta iniciativa;
7. A entrega heróica e dedicada de vários militantes foi digna de registo, não só por alguns deles terem tirado dias de férias, como pela presença, por vezes muito prolongada, daqueles que participaram em horário extra laboral. Cabe aqui destacar também aqueles que viajaram centenas do quilómetros de vários pontos do País para poderem estar presentes;
8. A divulgação nas redes sociais, incessante e profícua, alcançou largos milhares de pessoas, através das múltiplas partilhas, colhendo uma onda inequívoca de apoio e adesão.
Na falta de comparência, cobarde, da comunicação social, e perante um cenário em que apresentavam já sintomas que poderiam resultar em hospitalização nas próximas horas (segundo o profissional de saúde que os acompanhou nesta acção), entenderam os dirigentes do PNR que não se justificaria mais prolongar indefinidamente o seu penoso sacrifício, já que o exemplo fora dado, o protesto fora feito e o alcance fora o possível.
Esta causa, que também serve os diversos partidos sem representação parlamentar, foi-lhes comunicada, mas apenas o Presidente do PPV, Luís Botelho, marcou presença, numa demonstração reconhecida de solidariedade, que desde já saudamos.
A “Greve de fome contra a injustiça” foi mais uma acção, diferente, exigente e ousada, entre as inúmeras levadas a cabo pelo PNR. Cumpriu o seu objectivo essencial, confirmou a generosidade e capacidade de entrega de muitos militantes e enriqueceu-nos, a muitos de nós, com experiências de vida e vivências de circunstâncias mesmo muito duras.
Continuaremos sempre a lutar! Nós acreditamos!
Envolver-se!
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