A perspectiva da monoparentalidade perante a situação social actual

Encontrando-me só a criar os meus filhos, já passei pelo flagelo da violência associada a um desrespeito pela dignidade e pela liberdade. Tomo assim como uma bandeira a defesa das mulheres, das crianças e dos idosos, de todos os que possam sofrer desse mal. Precisamos urgentemente de regressar aos valores ancestrais que já regiam os nossos antepassados Lusitanos, de respeito pelos anciãos, defesa das crianças e respeito pelas mulheres como cidadãs plenas e completas.

Dou muitas vezes por mim a pensar na monoparentalidade e na escassez de apoios a mulheres vítimas de violência doméstica que, para além de criarem sozinhas os seus filhos, estão também a ver o seu estatuto de mulher ameaçado pelo evoluir da sociedade num rumo desfavorável.

Muitas mulheres já me transmitiram o seu desalento por se dirigirem às organizações existentes e serem-lhes negadas as mais básicas e simples ajudas. Não nos iludamos, temos muita gente a necessitar de um apoio eficiente. As Juntas de Freguesia e a Câmara Municipal são responsáveis pelas suas populações, por isso basta de gastar dinheiro de todos em obras que pouco ou nada beneficiam quem precisa de comida, casa ou trabalho.

Existem medidas que poderiam ajudar, sendo uma delas o maior envolvimento da autarquia no apoio às vítimas de violência doméstica (e, já agora, aos toxicodependentes em recuperação), por exemplo com a cedência de espaços camarários vazios para o serviço à reintegração dessas pessoas na sociedade. A área social do nosso concelho necessita de intervenção urgente!

Ao mesmo tempo, a família deve ser vista como um pilar inabalável da nossa sociedade. As famílias enfrentam neste momento grandes provações e está na hora de agirmos quanto a isso, definindo mecanismos que possam ajudá-las a estabelecer laços fortes e dinâmicos com a sua comunidade, fomentando assim a sua estabilidade e um revigorar do nosso concelho.

Por outro lado, temos de dar mais importância aos nossos agricultores, comerciantes e artesãos. A maior preocupação da Autarquia deve ser a área social e o investimento local, que pode ser atractivo se alguns passos forem dados, por exemplo, a abolição de determinadas taxas. Incentivando o comércio local podemos criar um sistema que permita que quem compre no comércio tradicional não pague estacionamento, sendo estes pequenos gestos que poderão fazer a diferença no renascer da nossa cidade e que por sua vez favorecerão a criarão de postos de trabalho, o desenvolvimento local e a estabilidade das famílias, pilar fundamental para a integração equilibrada do indivíduo na sociedade.

Cláudia Ferreira | Candidata do PNR à Assembleia de Fregeusia de Torres Vedras e Matacães