Do Império ao “meet”
A polémica questão dos Jardins da Praça do Império, que muita tinta fez correr recentemente, foi discutida no dia 10 deste mês, na Câmara Municipal de Lisboa.
Tudo começou quando o vereador da Estrutura Verde da Câmara Municipal de Lisboa (CML), José Sá Fernandes, na linha da sua habitual prepotência de “comunista chique” e ódio ao passado e à História Nacional, fez saber que o projecto de intervenção da autarquia lisboeta no jardim da Praça do Império passa pela eliminação de alegada simbologia do Estado Novo e das Províncias Ultramarinas no que toca aos canteiros e arranjos florais (pelo menos…).
A grandiosa Praça do Império e o seu belíssimo jardim, erigidos em 1940, com uma estética sublime e enquadramento notável, estão votados ao abandono desde há pelo menos 20 anos, e o que outrora foram magníficos canteiros floridos converteu-se em matagal, quiçá para, num cenário de abandono e desleixo, acolher melhor e sem dar nas vistas, os episódios de pedofilia do regime que ali se desenrolavam com conhecimento ao mais alto nível da governação.
Com base em razões economicistas, mas também com o desplante do intencional desmantelamento da História e da memória, vem o vereador argumentar que a manutenção desses jardins custa 42 mil euros por ano, o que, segundo a própria Junta de Freguesia de Belém, não corresponde à verdade. Mas é caso para lhe perguntar quanto não terá custado o espectáculo multimédia no Terreiro de Paço, subordinado ao tema “Perdi o Coração em Lisboa” que, com duração de oito dias, convidou a uma viagem pelos símbolos “multiculturais” da capital. Ou será que a zona tão turística de Belém não merece ser (mais) um excelente cartão-de-visita da cidade que está entre as do topo de procura a nível mundial, como destino turístico?
Claro que, numa edilidade presidida por alguém que sonha arrancar as pedras da calçada portuguesa e apagar a identidade de Lisboa, este objectivo condiz perfeitamente. Infelizmente!
E toda a simbologia do Império que prolifera na calçada portuguesa daquela praça? Será que vai ser arrancada para dar lugar a uma terraplanagem descaracterizada como a que foi feita no Terreiro do Paço, ou como a da placa central do Martim Moniz? Não nos admira que tal suceda, já que na agenda política destes senhores o importante é destruir os símbolos culturais e criar lugares propícios para encontros de “jovens” ou para os islâmicos estenderem os tapetes… em nome do futuro por eles sonhado (e cujos contornos de pesadelo são já visíveis nalgumas partes da cidade), assassina-se todo um legado cultural.
Em linha de coerência com a sanha do Presidente António Costa e do Vereador Sá Fernandes em demolir toda a nossa História e identidade, colocando o modelo multicultural em seu lugar e reescrevendo o passado ao melhor estilo ditatorial estalinista, nunca se sabe se irão manter o “horrível” nome de Praça do Império ou, em coerência, lhe chamarão algo como… Praça Meet. De caminho, por que não substituir o Padrão dos Descobrimentos por um busto de Karl Marx?
Quanto ao vereador Sá Fernandes, já que não ouve o PNR, ao menos que oiça um seu correligionário do sistema e ex-Presidente da CML, João Soares, que considera este seu projecto um perfeito disparate. E, nisso, até tem razão!
Envolver-se!
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