Crónicas de um Regime putrefacto
APONTAMENTO DO QUOTIDIANO (2ª QUINZENA DE OUTUBRO DE 2015)
> Retrato social | Dados socioeconómicos alarmantes. Um número crescente de casais que tiveram filhos recentemente sobrevivem sem qualquer rendimento. Em relação à violência entre casais, ficamos a saber que, na actualidade, esta é mais usual entre namorados do que entre casados. Um estudo recente da DECO comprova a situação de carência em que vivem cada vez mais portugueses. 25% da população empregada recebe o salário mínimo. Portugal enfrenta assim sérios problemas humanitários. A degradação das condições de vida tem sido uma constante. Metade das famílias com filhos sobrevive com apenas 1000 euros mensais, pagando dos mais altos valores em matéria de educação, gastos correntes, acesso à saúde ou habitação. Temos, além disso, um sistema fiscal que agrava as desigualdades sociais e não redistribui o rendimento nacional de forma equitativa. Os constrangimentos financeiros persistem. Portugal apresenta o segundo maior défice e a terceira maior dívida pública da UE. A situação de emergência social ainda não cessou. Há demasiado tempo que Portugal está sujeito a este procedimento por défice excessivo. Actualmente, são 18 mil milhões de reembolso de juros da dívida pública a cada ano. Um valor insustentável. A confiança dos consumidores em relação à evolução económica continua em queda. É preciso que os governantes não esqueçam que a Segurança Social é, desde logo, um sistema de protecção e de assistência económica aos cidadãos Posto isto, resolvido, bem ou mal, o problema da dívida pública, falta encarar a dívida do sector privado, ou seja, das empresas, banca e particulares, que ascende a 500 mil milhões de euros. Com este constrangimento, a economia não poderá jamais crescer com a devida robustez. A única solução possível está à vista de todos e o PNR não se cansa de insistir nela: é urgente libertarmo-nos dos grilhões impostos por Berlim/Bruxelas, relançar o tecido produtivo nacional e rentabilizar, por exemplo, os nossos recursos marinhos. Os mercados para os nossos produtos existem, desde que sejamos nós a negociar e não outros em nosso nome.
> (Má) Educação | Na Educação, temos escolas ainda sem professores de Matemática e Português, disciplinas estruturantes. Também pelo segundo ano, o Ministério da Educação não faz a entrega atempada dos apoios ao ensino especial cooperativo, num montante de 600 mil euros. Os erros repetem-se sem resolução. No ensino secundário, surgem sinais de alerta em relação ao elevado nível de chumbos e à inflação de notas. Nesta matéria, como sempre temos dito, defendemos as vantagens do ensino profissionalizante e as virtudes de uma educação para a cidadania e para o civismo.
> Ambiente | Nestes tempos conturbados, não é apenas o ambiente político que se degrada. As emissões de gases poluentes oriundos dos automóveis adulterados do grupo Volkswagen sabe-se agora, ascendem a 800 toneladas. Igualmente, repetem-se as descargas poluentes no rio Tâmega, junto a Chaves. No Ecoparque da Chamusca, criado para eliminar os resíduos industriais tóxicos produzidos no país, apenas 150 mil toneladas são tratadas de um total de cerca de 500 mil toneladas. Para onde vão as restantes? A Quercus suspeita que alguns destes resíduos estão a ser classificados como se não fossem perigosos, não obtendo o tratamento adequado. Os riscos para o ambiente e para a saúde pública são enormes. Nas áreas protegidas da Serra de Moncorvo e da Serra da Malcata, proliferam os parques eólicos da EDP. O rio Sabor, um caso de beleza rara na Europa, tem sido gradualmente desfigurado. Tenhamos em conta que Portugal é um dos países da Europa com maior biodiversidade. Voltamos a frisar que o repovoamento florestal, ou seja a plantação planificada de espécies arbóreas autóctones, deve ser uma prioridade nacional, dado o elevado rendimento que daí pode advir para as comunidades locais.
> Basta de palhaçada… | Os Partidos da esquerda estão determinados em chumbar o Programa de Governo que será votado no Parlamento no próximo dia 10 de Novembro. A escalada verbal entre os dois lados da mesma situação intensifica-se, com acusações e insinuações cada vez mais extremadas, como as declarações fervorosas de Manuel Alegre sobre Cavaco Silva, que o venceu em eleições presidenciais. Não julgamos a partir das aparências, mas sim concluímos a partir das evidências: a esquerda derrotada não tem outro programa que não seja a tomada coerciva do Poder. Este esquema tripartido não foi sufragado, não foi a votos. Os trâmites processuais têm de ser seguidos, não são “uma perda de tempo”, como diz o BE, com descaramento. A subversão política está a ultrapassar todos os limites. Destituída de ética e de vergonha, já nada se aproveita da classe política actual. É tempo de dar voz a alternativas, e a grande alternativa para Portugal é o Nacionalismo Renovador.
> … e de terra queimada | A propósito da tomada de posse do novo Governo e a comunicação do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, ficou claro que não foi apresentada por parte das outras forças partidárias, um programa de Governo estável, duradouro e credível. As direcções de PS, BE e CDU parecem empenhadas em arrastar o país para uma situação de ingovernabilidade. Não esquecemos que a estabilidade governativa é fundamental. O “superior interesse nacional”, que tanto foi invocado nos discursos políticos, deve estar efectivamente acima de todos os interesses pessoais, de facção ou corporativos. Mas isso dizemos e praticamos nós, PNR, porque somos nacionalistas e consideramos que nenhum interesse particular ou de grupo pode estar acima do interesse da Nação. Esta é uma crise política sem precedentes, de um sistema que já nasceu torto e que já nada tem para oferecer senão espectáculos de assalto ao poder e cada vez mais miséria. O clima está radicalizado. O país é que paga todas estas incertezas, a sociedade está em suspenso, os negócios aguardam uma definição clara da situação política. Há que olhar para a realidade política tal qual ela se apresenta. Não tendo o PR poderes para dissolver o Parlamento, eis as alternativas, todas precárias: governo de gestão reduzido às competências mínimas, ou um governo ilegítimo de partidos derrotados. Aconteça o que acontecer, estes Partidos terão de assumir todas as suas responsabilidades. A antecipação de eleições afigura-se cada vez mais como a única alternativa razoável e responsável. Cabe aos portugueses deixarem de votar nos do costume e darem voz a quem tem energia e coragem para colocar o dedo nas feridas e levar o País para a frente: o PNR!
Envolver-se!
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