Avante: não há farsa como esta!
Sempre que as leis – feitas pelos donos do poder – se tornam incómodas a eles mesmo ou aos seus amigalhaços, então encontram sempre uma forma de não as cumprir. Os corruptos que se prezem, afinal têm de estar acima das leis. Das suas leis. Todos têm de as cumprir, caso contrário sentiram o braço pesado da justiça, mas a eles tudo é permitido.
Então, em época de apertadas restrições às liberdades pessoais e colectivas, como tornar aceitável a realização da Festa do Avante? É tão simples como atirar-se areia para os olhos das pessoas:
– Anunciar publicamente a sua realização durante o período mais critico das medidas impostas pela DGS e pelo Governo;
– Experimentar a reacção do grande público às celebrações do 25 de abril e do 1º de Maio;
– Anunciar que a Festa do Avante terá uma lotação para 100.000 pessoas e que os comunistas não abdicam dela;
– A um mês da sua realização do festival de verão, o Governo e a DGS vêm dizer que afinal, “só” podem estar presentes 33.000 pessoas por dia…
Resultado: o executivo socialista enquanto pune os portugueses e lhes impõe medidas severas, faz o frete ao PCP em troca de futuros favores políticos. Os danos para a imagem do governo acabam por ser nulos, pois fez frente os comunistas, “esmagando” o número de festivaleiros de 100.000 para 33.000, e passou uma imagem de força e austeridade, bem como de conciliador sensato. O PCP, por seu lado, faz o papel de “coitadinho”, mas também de compreensivo, que se soube sacrificar e ceder, cheio de boa vontade, mas leva a sua avante, realizando a festa, garantindo pelo menos a afluência de 33.000 pessoas por dia, durante os três dias do evento.
O público em geral aplaude a “firmeza” do governo, goza com o PCP como se tivesse sido humilhado, faz memes e publicações do tipo: “comprei um bilhete para a festa do avante, mas devido ao distanciamento, calhou-me um lugar na Nazaré”.
Entretanto, os partidos com assento par(a)lamentar (do BE ao Chega) estão todos caladinhos, submetendo-se ao PCP e ao PS, sem fazer uma oposição firme à realização da festarola. As agendas políticas e pessoais destes partidos do sistema, ficam uma vez mais acima dos interesses nacionais e da saúde pública, e ofendem o sacrifício que nos têm sido imposto e àqueles que, querendo trabalhar não podem e ficam impedidos de alimentar as suas famílias e pagar as contas.
Envolver-se!
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