Dualidade de critérios da Holanda
A Holanda quer penalizar as empresas que saiam do país para se sedearem num outro onde os impostos sejam mais baixos. Afinal, quando a concorrência do globalismo, sem fronteiras nem barreiras, dói nas economias nacionais, as medidas proteccionistas acabam por ser apetecíveis…
Para quem tanto criticou os portugueses e elogiou as qualidades dos holandeses, esta notícia deve dar que pensar se o patriotismo ainda estiver vivo, já que Portugal perde anualmente dezenas de milhões de euros em receita de IRC precisamente para esse país, sem nada poder fazer.
É evidente que a deslocalização da sede fiscal das empresas se prende com a procura de impostos mais baixos na livre concorrência global e, dessa forma, nas regras do jogo do globalismo a que estamos sujeitos, o Ergue-te tem defendido com unhas e dentes uma baixa de impostos para as empresas como forma de promover a sua competitividade, quer no mercado interno quer no externo, e melhorar a nossa economia.
No entanto é preciso meditar sobre esta dualidade de critérios dos Países Baixos e das duas uma: ou se deve condenar o seu espírito pouco solidário ou se deve apoiar medidas idênticas também em Portugal.
Entregámos soberania e independência às instituições europeias para beneficiarmos, alegadamente, da dita “solidariedade” entre os estados membros da “união”, só que a cada dia que passa, esta se transforma, de forma cada vez mais evidente, numa federação que permite aos estados mais ricos viverem à custa dos periféricos. Esses tudo, ou quase tudo conseguem em benefício próprio, mas impedem qualquer medida proteccionista da parte dos menos afortunados.
Esta pretensão holandesa ajuda a ilustrar o óbvio de uma União Europeia onde sobressaem duas ligas de países, a dos poderosos e a dos submissos, sobretudo devidas às leis castradoras que impedem a recuperação de alguns e aumentam o crescimento de outros.
Envolver-se!
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