Um pequeno tropeção não nos faz cair
O resultado obtido pelo PNR não foi bom. Longe disso. Teve o sabor amargo da decepção para a maioria dos nossos militantes e votantes. Quanto a isso não há volta a dar e, como sempre, temos de ser frontais e fortes perante a realidade.
Crescemos pouco mais de mil votos em relação às últimas eleições europeias, tratando-se assim de um crescimento simplesmente residual e não do tão desejado crescimento extraordinário, o que configura um pequeno contratempo – devido a uma série de condicionantes – mas que não nos faz desmobilizar ou desanimar. Bem pelo contrário!
O PNR agradece reconhecidamente a todos os que em nós votaram e continuarão a votar e sabe que esses o fazem por convicção e adesão à maioria e às principais das nossas causas, partilhando a ideia que é de extrema necessidade a nossa entrada para a Assembleia da República. Somos um partido anti-sistema e, por isso, enfrentamos toda a sorte de dificuldades e obstáculos. Quem vota em nós sabe disso e não desiste porque acredita naquilo que defendemos.
No que toca às eleições no seu global, manifestamos um profundo desagrado pela demissão de sete em cada dez portugueses de votar, permitindo que a extrema-esquerda, altamente militante, tome cada vez mais conta da situação. É certo que a classe política dominante, corrupta, que se serve em vez de servir, gera um sentimento de repulsa em relação à própria política, mas isso não desculpa o comodismo, o egoísmo e a irresponsabilidade dos que não votam, ainda para mais havendo um vasto leque de partidos para todos os gostos: vinte e três deles pertencentes ao sistema e o nosso que o combate abertamente.
Por outro lado, o cartel dos partidos do chamado “arco do poder” – sejam governo ou oposição – tem legislado por forma a tornar quase impossível que algum partido consiga afirmar-se com expressão, quer em sede de lei eleitoral, quer de lei do financiamento dos partidos, quer de lei da imprensa. Há um fosso gigante entre os meios e visibilidade dos partidos do poder e os outros.
Acresce, a isso, que o PNR ainda tem um fosso gigante que o separa também dos restantes partidos pequenos que, tal como nós, anseiam por ser grandes: o boicote mediático declarado e a falta de meios financeiros. Veja-se que surgiram recentemente três novos partidos na área do centro-direita, todos com meios financeiros avultados e inúmeros outdoors, todos levados ao colo pela comunicação social – com notícias, por tudo e por nada, e com colunas de opinião diárias – que os apresenta como sendo de direita ou extrema-direita, levando-os a cavalgar a onda crescente do nacionalismo, quando os próprios dirigentes desses partidos se afirmam inequivocamente de centro-direita…
Para mais, o PNR nunca é referido em sondagens, não consta nas “bússolas” ideológicas da internet, é excluído de debates e praticamente não aparece na imprensa mesmo em época eleitoral. Até fontes ligadas à Igreja o omitiram com pura má-fé e desculpas esfarrapadas. É como se o PNR não existisse. Assim a luta é terrivelmente desigual e difícil. Há uma frustrante sensação de impotência perante tanta injustiça que cada vez se afirma mais na discriminação, na difamação e no boicote. Porquê? Porque nós somos realmente a única alternativa. Todos os outros sufragam o regime, sendo da situação ou de uma oposição devidamente controlada.
Posto isto, resta-nos afirmar com plena consciência que tínhamos o melhor candidato, o melhor programa eleitoral – e ainda mais se vinca este aspecto se comparado com alguns programas de uma pobreza confrangedora – mas não tínhamos os meios nem a visibilidade. Imagine-se uma empresa que tem um produto fantástico, mas sem possibilidade de o introduzir no mercado dando-o a conhecer: é isso que se passa.
Sabemos que somos portadores da alternativa corajosa, combativa, com causas sólidas, com votantes e apoiantes que não desistem, mas que o caminho do crescimento é muito estreito e penoso. Nunca desistiremos! Lá chegaremos, apesar de, decididamente Portugal ser um caso lamentável – por culpa própria da sua população – de masoquismo e irresponsabilidade que nos leva a todos para um buraco cada vez mais fundo.
Agora estamos já focados nas legislativas que, pelo historial que já temos, nos leva a afirmar que mobilizam muito mais o eleitorado nacionalista com o intuito de que o PNR seja uma voz de confronto na Assembleia da República.
Trabalhemos todos, afincadamente, por isso!
Envolver-se!
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