O PNR e a celebração do 25 de Abril
Considerando que o país conhece presentemente o pico da pandemia de Covid-19, a decisão de assinalar o 25 de Abril, com uma sessão solene na Assembleia da República, não pode senão merecer da nossa parte um veemente repúdio.
À margem de considerações históricas e políticas acerca do golpe militar de 1974, o momento trágico que todos os portugueses enfrentam presentemente deve ser integralmente respeitado por todos sem excepção. E sem esquecer que o exemplo vem de cima! Assim, para o PNR, revela ser de uma desfaçatez incompreensível que a Assembleia da República seja palco de celebrações e festejos por parte de um conjunto de indivíduos que – quais donos do regime – julgam-se acima dos restantes portugueses.
Decretado o estado de emergência, sabia-se que inúmeros seriam os sacrifícios exigidos aos portugueses, muitos dos quais viram as empresas encerrar, perderam o seu emprego e foram empurrados para a precariedade. O que há para celebrar, afinal? É que aos portugueses o Estado:
– exigiu o confinamento social;
– impôs uma cerca sanitária em Ovar;
– interditou as celebrações religiosas conjuntas;
– proibiu os cidadãos de circularem de município para município na Páscoa;
– impediu que possamos realizar um funeral e condigna homenagem àqueles que faleceram.
Porém, a casta política governante quer reunir-se e festejar na Assembleia da República dando um vergonhoso exemplo: “façam o que dizemos, não o que fazemos!”
Ao dia de hoje, há mais de setecentos óbitos a registar, centenas de famílias destroçadas, milhares de portugueses de luto… Como se pode celebrar o quer que seja com tantos portugueses mergulhados na dor e no luto? Nesta hora de sofrimento, o PNR considera as celebrações do 25 de Abril na Assembleia da República como uma profunda falta de respeito pelo sacrifício de milhões de portugueses, que viram forçosamente as suas vidas interrompidas.
Envolver-se!
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