Apontamento semanal | 22 de Novembro de 2011
> O Dia Nacional do Mar é comemorado de forma quase imperceptível no dia 16 de Novembro. Condiz, esta tímida celebração, com a importância que o Governo dá ao nosso mar, apenas traduzida por promessas e palavras vãs, desmentidas pelas medidas que, cada vez mais, nos voltam de costas para esse tesouro.
O PNR reclama como causa prioritária e fundamental, a exploração do Mar Português, através de objectivos e estratégias claras que nos façam voltar ao mar, explorando todas as potencialidades no nosso território marítimo e da nossa ZEE. Se há tema que deve merecer a melhor atenção e aposta séria, com o investimento adequado, ele é justamente o mar, mais-valia essa que se encontra abandonada e à mercê da exploração alheia. Desde a reabilitação da frota pesqueira à marinha mercante, da aposta nos portos à indústria naval, da arqueologia marítima ao turismo e da investigação à exploração de novas fontes de energia, o mar é fundamental para o nosso futuro, tal como foi no passado.
> PSP emboscados na Cova da Moura, ao perseguirem um condutor, que fugiu para esse bairro, na Amadora, acabaram por ver o carro-patrulha em que seguiam, cercado por vinte pessoas. Levaram com pedras, azulejos e garrafas e ainda foram alvo de disparos de arma de fogo. Os dois agentes da PSP ficaram feridos e foram obrigados a disparar balas de borracha contra os agressores.
E assim continua o drama dos polícias que podem ser alvo de todo e qualquer ataque, pagando muitas vezes com a vida o absurdo deste clima de protecção ao criminoso e desprotecção aos polícias. É lamentável que os agentes da autoridade tenham que se defender com balas de borracha perante os ataques com fogo real por parte dos “jovens”, pois caso contrário, são os próprios polícias que acabam na prisão. Uma vergonha!
> Mais um polícia que se suicida, desta vez no Barreiro. Um caso de drama pessoal, a somar a tantos outros que têm sucedido nos últimos anos. Importa questionar o motivo pelo qual, todos os anos sete mil polícias recorrem a apoio psicológico, ou seja, cerca de um terço do efectivo da PSP.
A nossa resposta é simples e as nossas propostas, claras. E de novo, dizemos que já basta de tanta falta de apoio aos polícias: ganham mal, não tem apoio nem autoridade, não têm preparação adequada nem condições de trabalho, descansam pouco porque são obrigados a fazer gratificados para compor seu ordenado, etc, etc.,.
> O fim dos descontos nos passes sociais para idosos e crianças demonstra bem que é sempre o elo fraco que sofre as consequências de todas as políticas danosas. O sector dos transportes representa um buraco financeiro escandaloso e impõe-se, há muito, uma reestruturação e racionalização, mas tal como em todos os demais sectores estamos a assistir a cortes cegos e insensíveis que penalizam sempre os mesmos: as famílias portuguesas.
Entretanto, não deixa de ser engraçado ver o PS, PCP e BE a reclamarem da decisão quando todos eles têm graves culpas no cartório: o PS pelas gestões ruinosas das empresas de transportes públicos; o PCP pela política cega de sindicalismo que só exige direitos sem olhar aos deveres e à responsabilidade; e o BE que compõe a orquestra desta miserável oposição, com recurso a lutas semelhantes ao PCP mas com fachada “civilizada” e “douta” bem ao estilo cínico do Trostky.
> Caiu parte de uma ponte sobre o rio Vouga, na antiga Estrada Nacional 1, fazendo um ferido. Felizmente esta queda não teve consequências nem de perto como as da tragédia de Entre-os-Rios, mas é um claro indicador daquilo que pode acontecer a qualquer momento em inúmeras pontes do nosso país.
É assim que os nossos governantes cuidam do património histórico nacional, – já que se tratava de uma ponte quinhentista – e também das infra-estruturas viárias, aliás basta ver o estado miserável em que se encontram inúmeras artérias de Lisboa e até nas Auto-Estradas os pisos já tiveram melhores dias.
> Fim da ERC e da publicidade na RTP, foi defendida num relatório mais amplo, produzido por um grupo de trabalho, que propõe uma série de medidas importantes que visam uma restruturação da televisão pública.
Ora aqui está uma iniciativa que merece o nosso aplauso e vai ao encontro daquilo que temos vindo a defender, desde logo no nosso programa eleitoral para as Legislativas do passado mês de Junho.
> Portugal perde 8,2 milhões por dia. A economia portuguesa está a perder riqueza ao ritmo de 8,2 milhões de euros por dia. É este o resultado da contracção de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2010, revelado há dias pelas contas do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Este é resultado da recessão a agravar-se à medida que as famílias colocam um travão no consumo e as exportações abrandam com a desaceleração da economia europeia. Mas mesmo assim o Ministro da Economia diz que em 2012 acaba a crise. Ele só não disse foi para quem acaba a crise… já que, subjugados à tirania da Troika e sem estratégias de reanimação do sector produtivo, obviamente a crise se vai agravar de modo dramático numa espiral descendente.
> Governo “congela” a entrega de mais blindados Pandur e a vinda dos Helis NH-90, aliviando assim encargos para 2012.
Numa altura de crise, compreendem-se certos cortes e congelamentos, principalmente em relação aos NH-90, já que, tratando-se de importações, são divisas a sair do país. Mas não compreendemos tal medida em relação aos Pandur, produzidos na Fabrequipa no Barreiro. Com este congelamento, para onde vão os trabalhadores que fabricam os Pandur? E já agora, que dizer do segundo NPO que continua a apodrecer na doca dos estaleiros de Viana do Castelo? É que o Estado, pelos vistos, congelou também os patrulhas oceânicos…
> O Secretário de Estado do Emprego afirmou que o “Salário mínimo em Portugal «não é realmente baixo». Esta é pois uma declaração que nos deixa estupefactos e vem bem no mesmo sentido patético daquela, dias antes, por parte do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, ao ter apelado aos jovens desempregados portugueses para emigrem.
Se o salário médio em Portugal, que ronda os cerca de 600 euros, é um salário de miséria, atendendo ao nível de vida actual, logo o salário mínimo é ainda mais miserável. Por isso nem sabemos bem o que dizer denta gentalha e das suas afirmações… ou são totalmente cretinos, ou estão a gozar connosco. Mas aqui deixamos um apelo a esses senhores: reduzam o vosso salário para o mínimo nacional e demonstrem, na prática, que “não é realmente baixo”.
> Belmiro de Azevedo alertou, num congresso organizado pela CIP (Confederação da Indústria Portuguesa) para que, “se não houver crescimento económico em Portugal, o preço a pagar será a “miséria absoluta e o nascimento de um exército de excluídos”. O homem forte da Sonae dá conta do que diz serem as contradições em que a Europa está “enredada” e que se reflectem em Portugal, onde se percebe o esforço da austeridade e de controlo da dívida sem que se vislumbre uma estratégia clara” que potencie o crescimento e a competitividade da Economia.
E tem toda a razão! Não podemos estar mais de acordo com estas palavras, já que vêm ao encontro daquilo que temos vindo a defender. Mas não deixamos de lembrar, por outro lado, que também ele usufruiu deste mesmo sistema que vai forjando a miséria, já que nunca teve qualquer escrúpulo em comprar produtos a baixo custo a países estrangeiros, ajudando com isso a decapitar a produção nacional. De igual modo, também nunca teve nenhum problema em explorar os fornecedores nacionais com pagamentos a mais 90 dias e ao esmagar-lhes os preços praticados.
> Ex-juiz acusa maçonaria de controlar a justiça.
Veja-se bem a “novidade” desta acusação… Toda a gente que queira ver a realidade e não tape o sol com a peneira, sabe que o mal de Portugal, e de quase todos países ocidentais, reside na promiscuidade entre o poder político e a os grupos de interesse, dos quais se destaca a maçonaria, mas não só. Esta sinistra organização secreta está profundamente infiltrada no poder político e este, por sua vez, interfere de modo grave no poder judicial desmentindo de forma escandalosa a independência que supostamente a Justiça deveria ter.
> Troika recomenda cortes salariais no sector privado. Jurgen Kroger, da Comissão Europeia, disse durante a conferência de imprensa que, “se no sector público se diminui o custo da mão-de-obra, o sector privado vai reagir porque mais pessoas tenderão a ir para o sector privado”. O responsável de Bruxelas declarou ainda que “Portugal tem um grande problema de competitividade e há duas maneiras de melhorar: pagar menos à mão de obra e aumentar a produtividade“.
Só mesmo animais insensíveis e brutos, desconhecedores da realidade portuguesa e de qualquer outra coisa além da usura capitalista, podem fazer tais recomendações. Mas afinal, querem o quê? Repetir entre nós, a mesma (má) receita aplicada na Grécia?
Envolver-se!
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