Do Presidente aos Nacionalistas | Dezembro de 2009
Ao terminar mais um ano civil, e em jeito de retrospectiva, muito haveria para referir, quer a nível nacional, quer a nível internacional, quer a nível do nosso combate político nacionalista: o PNR. Muito haveria para reflectir…
Foi um ano que começou ensombrado pela maior crise económica internacional de que há memória e da qual, os governos e os grandes detentores do poder mundial, ao invés de tirarem lições e inflectir o caminho desta globalização trituradora, limitam-se a mudar e remendar o que acham necessário, esmagando os mais fracos e gerando uma onda de desemprego assustadora, para que tudo fique na mesma, ou seja, para que os seus grandes interesses e objectivos mundialistas, ditados pelos padrões do capitalismo selvagem, permaneçam inalterados. Os Nacionalistas do nosso Portugal e os de qualquer outra Nação, pelo contrário, sabendo bem da imensa importância e necessidade que têm o mercado e o capital, sabem que estes têm que estar sob a regulação do Estado, ao serviço dos interesses da Nação, das famílias e dos trabalhadores e não para servirem interesses alheios e obscuros. Sabem que é imperioso devolver o primado à política retirando-o assim da economia, como se verifica no nosso tempo.
Os governos das Nações têm que regular os mercados para garantia do bem-estar das pessoas e progresso dos países. Tal não é possível num mercado globalizado de rédea solta. Pelo contrário, a política do proteccionismo tem que imperar, gerir as relações mercantis e optimizar a cada momento o equilíbrio possível entre as leis do mercado, as políticas internacionais e o grande objectivo de garantir ao país a maior independência possível e a dependência externa estritamente necessária. O que se passa actualmente é precisamente o contrário. E nós por cá, estamos cada vez mais à mercê dos mandos e desmandos que vêm de fora e “alegremente” vamos perdendo peso e soberania no concerto das nações.
Muito se passou no panorama internacional deste ano, e entre esses acontecimentos não posso deixar de referir a tomada de posse, também no início do ano, do Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Hussein Obama, que gerou uma verdadeira onda internacional de histeria delirante e patológica, como se se tratasse da Parusia (segunda vinda de Cristo à terra), o que revela bem o poder das campanhas mediáticas que, ao formatarem as mentes humanas, as inibem de pensar, relacionar dados, reflectir, filtrar informação, tomar posição consciente… Antes, impõe o conveniente “pronto-a-pensar” e “pronto-a-papaguear”…
Ele mesmo, Hussein Obama, sem saber como, acaba o ano a receber uma espécie de Óscar do politicamente correcto internacional: o Nobel da Paz. Inversa e curiosamente, os donos da “paz” no mundo ditaram o enforcamento de um outro Hussein, há precisamente três anos, em nome dessa tal “paz” que foi comprada com o martírio da nação iraquiana, soberana, mas que por interesses insondáveis tinha que ser “pacificada” e aderir “voluntariamente” à democracia. Para tal não hesitaram, os senhores do mundo, em forjar provas e inventar argumentos.
Esta mania que eles têm de brincar com coisas sérias, não olhando a meios para alcançarem os seus fins sectários e obscuros, está mais uma vez patente no acontecimento internacional que marca o final deste ano: a Cimeira de Copenhaga. Ou melhor: a fraude de Copenhaga.
De novo, para alcançarem fins tenebrosos, os grandes manda-chuva mundiais, burocratas da ONU e não só, não pestanejam sequer em cometer as maiores tropelias e injustiças para levar a água ao seu moinho. E o mais grave é que são sempre estes mesmos que fazem (fabricam) a História. São eles que escrevem o que lhes convém, inventam e apagam a seu bel-prazer os factos da história, passado e presente, condicionando fatalmente o futuro. E depois proíbem (mesmo! E com perseguições) toda e qualquer cabeça pensante que ouse questionar, duvidar ou discordar dos factos forjados. Pessoalmente não acredito em quase nada do que nos é impingido e convido os Nacionalistas a que também o façam.
No que respeita ao teor desta cimeira, a questão do chamado aquecimento global, efeito de estufa e outros dogmas que tais, sempre os olhei de soslaio. Tresandam a fraude! Agora, com a cimeira, rebentou o escândalo conhecido como ClimateGate cujos fundamentos e contornos nada me espantaram: repressão de cientistas que discordam das posições que convêm, chantagens sobre publicações científicas, falsificação de dados científicos e estatísticos… Nada que não seja a prática corrente desta gente para proteger os seus sórdidos interesses que, regra geral, movem milhõe$, mas que não são seguramente os das populações, das Nações, da humanidade. Bem pelo contrário!
Assim se passa nos bastidores das grandes políticas internacionais e também nacionais. Nem tudo o que parece é. E é nossa obrigação, em nome da verdade e da evolução natural dos acontecimentos, termos uma postura de sentinelas e estarmos sempre vigilantes, pondo em causa os tabus erigidos pelo poder.
Eles fazem o querem e passam sempre (ou quase sempre) impunes! Têm os meios necessários para calar vozes incómodas, para encobrir as ilegalidades e imoralidades, para vender a banha da cobra, para impor dogmas e narcotizar o pensamento e a vontade das pessoas. Isso é também o que se passa em Portugal.
E é porque isso se passa também entre nós, com recurso às constantes e poderosas campanhas de propaganda e (des)informação, que se explica que se chegue ao fim de 2009 e o “palhaço” (o termo não é meu mas de um conhecido jornalista, e por isso não quero sequer imaginar que possa ser processado…) continue a mandar em Portugal. Que a Justiça continue a ser tudo menos isso mesmo, que o Processo Casa Pia se arraste e que afinal “não haja” pedófilos, que o Freeport acabe no esquecimento e arquivado na teia dos processos legais, que o Face Oculta rebente só depois das eleições. Que as pessoas continuem a votar nos mesmos de sempre e que são os grandes responsáveis pelo drama em que vivemos. Que muitíssimas pessoas que pensam como nós ainda continuem a ter argumentos vergonhosos, do estilo “vocês têm toda a razão e toda a minha simpatia, mas como não têm hipóteses vamos votar em tal”, e com isso entregam um voto a quem não merece… Que um candidato do PNR às Legislativas, por mero acaso de circunstância, tenha ido consultar os editais da sua Junta de Freguesia, no coração de Lisboa, e tenha verificado que na mesa de voto onde pelo menos ele, tinha assinalado a cruz na Chama, dessa mesma mesa constassem… zero votos no PNR (imagine-se isso multiplicado por milhares de mesas e tem-se uma noção das chapeladas da democracia…). Que a criminalidade seja encarada com naturalidade, como se fosse um preço a pagar por uma qualquer modernidade. Que o fosso crescente entre ricos e pobres seja cada vez mais gritante. Que todas as formas de subsídio sejam atribuídas ao imigrante invasor e que o português (e também o imigrante trabalhador) a eles não tenha acesso. Que se imponha a humilhação de um “acordo” ortográfico, subjugando a nossa língua mãe de Camões, ao pertuguêiss miscigenado do Brasil e África. Que se avance para a aprovação de aberrações, como a “educação” sexual nas escolas e os “casamentos” entre pessoas do mesmo sexo com a cumplicidade e abertura de portas de todos os partidos parlamentares.
Enfim… com o desemprego a ultrapassar os 10% e a economia e insegurança no futuro a preocuparem, e com razão, os portugueses, os nossos governantes em vez de estimularem a agricultura, pescas, indústria e comércio, preocupam-se com outras “prioridades”. Em vez de se esforçarem por recuperar soberania e independência já perdidas, preocupam-se com outras “prioridades”. Em vez de conterem e inverterem o endividamento externo, não param de o agravar, levando Portugal à falência, pois preocupam-se com outras “prioridades”.
Sim, o que importa é distrair as pessoas desviando as atenções para assuntos menores como o saga da jornalista de uma televisão privada, ou os arrufos entre Belém e São Bento ou também o roubo das corridas dos aviões do seu local habitual, revelando até neste caso uma notável falta de sensibilidade e bom senso.
É este o cenário triste do país no virar de mais um ano, onde nada se prevê que possa servir para acalentar algum optimismo (excepto para os transviados coloridos), pois com o habitual “mais do mesmo” só se pode esperar o óbvio: mais injustiça, mais deseducação, mais corrupção, mais insegurança, mais impunidade, mais desemprego, mais falências, mais desesperança…
A culpa não é só dos políticos medíocres que temos e das suas políticas suicidas e criminosas, mas também… dos portugueses que os perpetuam – activa ou passivamente – e que no fundo acabam por ter aquilo que merecem! Não se queixem esses e aguentem!
Mas como há, ainda assim, um punhado dos que não merecem tal sorte, e como uma Nação se compõe não apenas pelos presentes, mas também pelos antepassados e pelos vindouros, é grande a nossa responsabilidade neste pequeno elo que somos de uma corrente. Temos que respeitar a herança recebida e engrandecê-la para a deixar enriquecida, como legado, aos que nos sucederem.
Por isso nós, Nacionalistas, recusamo-nos a abdicar da luta e desistir!
Envoltos que estamos, nas maiores dificuldades inerentes aos partidos fora do arco do poder, e acrescidas ainda por sermos um partido estigmatizado (por sermos muito incómodos), os bons resultados eleitorais e os sucessos imediatos não se manifestaram ainda. Mas hão-de manifestar-se sim! Mas para isso, é precisa persistência e tenacidade. É preciso combate constante, sem quebrar nem vergar. É preciso afastar a tentação do imediatismo e a armadilha do desânimo.
O facto de o PNR ter consolidado uma base eleitoral e continuar a sua missão, enquanto que ao “nosso lado” muitos partidos (com muitíssimo mais meios) aparecem e desaparecem, já é uma nota sem dúvida positiva. O facto de o PNR ter sido convidado para integrar a “Aliança dos Movimentos Nacionais Europeus”, justamente por dar sinais de credibilidade e constância, é sem dúvida uma nota positiva. Mas como também há aspectos negativos, para os superar, algo tem que mudar e renovar, e não tenhamos ilusões: a falta de meios será sempre a nossa companheira de viagem. Mas não pode ser justificação para o abandono e o desânimo, pois a determinação, essa sim, tem que se impor e levar-nos longe. Custe o que custar!
Assim, mantendo sempre a fidelidade à linha ideológica Nacionalista, aos pontos firmes que nos norteiam, e com a determinação inquebrantável de combater o sistema podre que nos aniquila o presente e o futuro, temos que repensar algumas estratégias e trilhar aguns novos caminhos. Com uma certeza porém: o PNR, comigo, é e será sempre um partido Nacional, Social e Radical. Um partido de combate! Sem medo!
Com esta vontade de renovar, reforçar e repensar o futuro, teremos no princípio de 2010 a nossa IV Convenção Nacional. Dela se espera que saia uma renovada dinâmica.
Pessoalmente, mantenho a palavra dada aos Nacionalistas de não desistir da luta e nela estar empenhado até ao limite das minhas forças e capacidades e reforço, agora, aquilo que disse em 2005, quando assumi a presidência do PNR: as dificuldades e os obstáculos que terei que suportar e transpor, os conflitos que terei que gerir e as difíceis decisões que terei que tomar e que raramente agradarão a todos, os riscos que terei que correr, movido por um desmedido amor à Pátria e à justeza da causa Nacionalista, o diálogo possível com todas as facções Nacionalistas, mas sem me enfeudar a nenhuma delas nem ceder a pressões ou ameaças, fazem-me assumir o combate, convicto de que não ficaria bem com a minha consciência ao ser espectador passivo do processo de destruição de Portugal.
É com este mesmo espírito que me apresento à IV Convenção Nacional do PNR. Conto convosco!
E desejo a toda a família Nacionalista, Festas Felizes, um Bom Natal e um 2010 cheio de sucessos e realizações.
José Pinto-Coelho | 21 Dezembro 2009
Envolver-se!
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