Acção de rua contra a classe dirigente
Imersos numa enorme crise económica e financeira, sempre temos defendido que ela faz parte de um todo, bem maior e mais grave: uma profunda crise de valores! Esta, que tem na origem a perversão dos valores, onde o egoísmo e o sectarismo sufocaram a noção de serviço público e de bem comunitário, tem como consequência os maiores ataques à soberania nacional e à justiça social.
Tudo isso é da responsabilidade, maioritariamente, da classe dirigente ou de quem tem ocupado, por tráfico de influências e não por mérito, os centros de decisão, sejam eles políticos, económicos, culturais, mediáticos…
E quanto mais funda e duradoira for a crise dos valores, mais e mais esses responsáveis perdem a noção das realidades e a sensibilidade ou senso comum. Parecem estar totalmente desajustados do mundo real. Ou pior ainda: estão-se nas tintas!
A barbaridade proferida pelo banqueiro Fernando Ulrich – que seguramente não saberá o que é uma carência financeira ou um sacrifício desse mesmo foro – ao garantir que os portugueses aguentam ainda mais sacrifícios, “pois se os sem-abrigo aguentam”, é bem ilustrativa do espírito insensível e cínico que anima a classe dirigente. Assim, a pretexto deste episódio sórdido, o PNR promoveu uma acção de distribuição de propaganda, alusiva ao tema, no passado dia 15 de Fevereiro, numa zona compreendida entre os balcões do BPI nos Restauradores e no Rossio, tendo deixado simbolicamente uma manta e um cartão, num convite a que o banqueiro passasse uma noite como os sem-abrigo. Vá lá, Dr. Ulrich: dê o exemplo, como seria de esperar de qualquer dirigente.
Envolver-se!
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