Quando “União Europeia” é sinónimo de “fome”
A União Europeia (então CEE) foi criada por motivos e com objectivos que inicialmente pareciam nobres, tendo como bandeira a união dos povos europeus numa base de cooperação económica e política, com vista a pôr fim a guerras e rivalidades inúteis. Porém, bem pode dizer-se que, desde a sua génese, a UE é um projecto fracassado, uma casa que começou a ser construída com pilares de areia sem cimento, uma vez que cada um dos membros entrou com os seus interesses nacionais em riste, como de resto iria sempre acontecer numa organização modelada desta forma. Problema que foi seriamente acentuado quando os diversos países que a integravam foram convidados a perder parcelas da sua soberania e se viram perante uma profunda crise mundial. A isto acresceu um alargamento demasiadamente brusco, que permitiu a entrada de novos membros com sistemas económicos, políticos e sociais pouco preparados para a adesão.
Estes e outros factores (nomeadamente o afastamento da burocracia de Bruxelas em relação às realidades nacionais, a falta de controlo sobre os fundos atribuídos, a sempre indesejável criação de uma moeda única, a crença ilimitada no mercado, a submissão do poder político ao poder financeiro especulativo, etc.) colocaram a União Europeia perante um dilema decisivo: ou avançar para reformas profundas rumo à criação de uma Federação de Estados Europeus, que, qual rolo compressor, destruiria completamente o direito dos seus povos à autodeterminação e, por conseguinte, à sua liberdade, ou o declínio e desintegração, com consequências imprevisíveis, mas que faria com que os diferentes povos tivessem de deitar mãos ao trabalho, reerguer-se com base nas suas valências e celebrar acordos entre si, sempre que necessário, para relançarem as suas economias.
Já há muito que a UE é uma organização fracassada e falida, onde recentemente se ergueram vozes revoltosas que afirmam que os países do sul são uns parasitas que vivem à custa dos do norte. O Presidente da Comissão Europeia (Dr. Durão Barroso) revelou toda a impotência da organização que dirige, fazendo lembrar Mikhail Gorbatchov no seu pior aquando da desintegração da URSS. Poderá até ter apresentado boas ideias, mas não conseguiu realizá-las, uma vez que o poder está noutros centros de decisão. É extremamente difícil chegar a consenso numa organização constituída por cerca de 3 dezenas de membros e todos com direito de veto. A Sra. Merkel, um verdadeiro Ieltsin de saias, tudo fez para vencer as eleições no seu país, mesmo que para isso tivesse sido necessário deixar a União Europeia em ruínas. O primeiro-ministro inglês, David Cameron, parece querer desempenhar na UE o papel da Jugoslávia no antigo campo socialista: participa, mas não entra.
Perante um tal cenário, resta pois a Portugal, bem como a outros países do flanco sul da Europa, elaborar planos para saída do euro.
Passa-se fome na UE? Sim passa. Antes de mais, uma fome de valores, mas também uma fome de união, de cooperação e entreajuda entre europeus que, privados da sua soberania e recursos, olham com desconfiança para os outros europeus. É por isso que nós, PNR, afirmamos que a União Europeia é a pior inimiga da Europa e que nós sim, somos amigos dela ao propormos, a par dos outros movimentos nacionalistas europeus, uma Europa das Pátrias. Há pois que aceitar de uma vez por todas as evidências: esta UE falhou e falhará sempre, e não há volta a dar-lhe (ou, por outra, haver há, para aqueles que quiserem viver debaixo de uma ditadura de Bruxelas e com cortes nos salários e pensões constantes – o que, manifestamente, não é o caso dos nacionalistas portugueses e europeus). Mas passa-se também uma fome real, nessa mesma UE que deixa estragar alimentos destinados a ajuda humanitária, depois de passar anos a deitar fora tudo o que não tinha a cor, a dimensão e o peso decididos por uma cambada de burocratas convencidos e pagos a peso de ouro para inventar directivas sem qualquer sentido. Mais do que nunca, no plano social são necessárias fórmulas institucionais repensadas de inclusão que comecem a atenuar este flagelo – um quadro em que Portugal continua a ruir inexoravelmente, enquanto as políticas sociais passam a residuais. Toda esta situação dramática conduziu já a uma regressão civilizacional (veja-se, por exemplo, a diminuição da qualidade do ensino e a cada vez menor prestação de cuidados de saúde nas aldeias, que atinge já números inferiores aos da década de 1960). No caso português, acrescente-se a tudo isto o problema da comprovada incompetência dos líderes, uma incompetência promíscua, que coloca os seus interesses pessoais acima dos interesses comuns.
Perante esta situação, só há um caminho a seguir: dar poder aos partidos nacionalistas, para que a Europa escrava do capital e do espírito marxista da inversão de Valores morais possa dar lugar a um espaço de construção e de verdadeira cooperação, assente no direito de cada povo a dispor dos seus recursos como bem entender e do direito de cada cidadão a poder viver a vida como entender e, se for essa a sua vontade, ter o seu negócio e quinhão de terra sem ser roubado para sustentar ou uma classe política decadente ou os banqueiros alemães. No PNR, somos gente de trabalho e não temos medo de empreender um esforço de Reconstrução Nacional. Esse esforço, ainda que difícil, será sem dúvida mais compensatório a longo prazo, e a todos os níveis, do que esta situação actual em que, ligados à máquina, teremos de pedir “auxílio” internacional ciclicamente, o qual chegará sempre a troco de piorarmos as nossas condições de vida e de trabalho e de vendermos o tecido empresarial estatal lucrativo em troca de umas migalhas. Até ao dia em que já nada tivermos para vender, altura em que Tróica nenhuma nos valerá e, então, seremos expulsos do Euro e cairemos na bancarrota. Por isso, qualquer outro caminho será melhor do que a nossa queda neste abismo em que a União Europeia se transformou, para nós e para quase todos os povos europeus. A Tróica prepara-se para sair de Portugal, levando-nos os anéis. Saiamos já antes que, com a dívida sempre a aumentar e o país cada vez mais pobre, a Tróica volte novamente, para nos levar os dedos e depois a mão inteira. Aproveitemos pois as mãos e os dedos enquanto os temos, para saltar deste barco condenado e, aos poucos, começarmos a recuperar e a pagar o que devemos. O caminho será difícil, mas é o único possível, e não estaremos sós: uma vez livres dos grilhões de Bruxelas e das suas castrantes “políticas comuns”, não faltarão compradores para os nossos produtos e recursos ainda por explorar.
Envolver-se!
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