Putin morreu, o que se seguirá a Putin?
Esta é uma guerra que foi perdida ao terceiro dia de invasão, perante a qual a União Europeia, a Nato e seus aliados vacilaram cobardemente ao abandonar a população da Ucrânia às mãos do invasor.
Putin arrisca-se a perder a guerra não só pelas armas, mas pela emoção que ela despoletou a nível internacional e que fez com que a própria Alemanha recuasse na sua interesseira ambiguidade e tomasse uma atitude, tendo de mudar de campo, sob pena de perder qualquer tipo de capital de autoridade na própria União Europeia.
Putin não esperava esta pressão emocional da população mundial que não consegue entender as razões desta mortandade injustificável perante o juízo de quem no conforto do seu lar, vê outros iguais a ser bombardeados sem uma razão aparente.
Foi essa pressão emocional, que tem feito com que os cobardes líderes que supostamente seriam os aliados do povo ucraniano, revessem a sua posição e, por motivos eleitoralistas, começassem a tomar medidas mais “duras”.
Os ucranianos têm mostrado ao mundo que o conforto material, a própria existência e os interesses, não se sobrepõem à ideia de liberdade, soberania, identidade e espírito de comunidade.
Os ingénuos, materialistas e cobardes norte-americanos achavam que poderiam “resgatar” o próprio presidente ucraniano e muito se espantaram quando ele disse que não “queria uma boleia, mas armas para defender a sua pátria”. Dá gosto ver os ucranianos a pegar em armas, a não fugir às suas responsabilidades, a rejeitar o invasor e a resistir contra tudo e contra todos, mantendo a cabeça erguida e respeitando o sacrifício dos seus antepassados, passando uma mensagem de coragem às gerações futuras.
Putin está cada vez mais isolado, não consegue justificar esta invasão nem a nível interno nem a nível internacional, e apesar de ter o apoio do gigante chinês irá precisar do resto da comunidade internacional para a sobrevivência, que cada vez será mais improvável, porque em termos de popularidade já a perdeu, até porque os seus “amigos” dos países ditos democráticos necessitam dessa mesma popularidade pelas habituais necessidades eleitorais. No presente e no futuro, duvido que os eleitores emocionais o perdoem ou àqueles que o apoiaram.
Além de uma forte oposição interna, terá de lidar com a rejeição externa, e duvido que depois destas pretensões expansionistas consiga recuperar os habituais aliados, gerar consensos ou mesmo ter um futuro político.