Do Presidente aos Nacionalistas | Junho de 2011
Muitos portugueses iludem-se com a nova governação do país e com o breve período de estado de graça – ou de hipnotismo – não tendo bem em conta que não se trata de um verdadeiro Governo nacional, já que os novos Ministros serão meros executores de ordens vindas de fora, gerindo apenas aquilo que agora é um protectorado do FMI e UE. Melhor seria, também, que refrescassem a memória e pensassem que antes da novel “solução” PSD-CDS para correr com o PS, já no início da década tinha havido esta fórmula. E antes dela o PS… e novamente, antes do PS, o PSD, e PS-PSD e AD (PSD-CDS-PPM)…
Ou seja, os portugueses ou sofrem gravemente de falta de memória, ou são masoquistas, ou são de uma ingenuidade muito naïf a roçar o trágico-cómico, para que novamente tenham conduzido à governação aqueles que, em co-autoria, nos puseram neste buraco. Desenganem-se pois e aguardem pelos próximos capítulos, quando se desvanecer o estado de graça e os mercados se agitarem novamente. É que Portugal está falido! Eles levaram o país à bancarrota! Portugal não tem meios para pagar a dívida e, como tal, não o fará.
O nosso crescimento económico, que por acaso de momento até está em recessão, simplesmente não basta para pagar sequer os juros da dívida. É simples e claro! Assim, à custa de mais uns crimes que passam pelo alienar e privatizar sectores vitais que deveriam estar nas mãos do Estado, e à custa de mais roubo aos direitos e garantias das famílias, empresas e trabalhadores, se poderá iludir a questão durante mais algum tempo. Mas depois de irem os anéis e também os dedos, se perceberá que além de não ter havido solução alguma, houve um agravamento ainda maior da situação.
É precisa a mudança séria e radical que o PNR preconiza desde sempre, já que viu com muito maus olhos a aventura federalista europeia e anteviu este momento de fim de caminho que inexoravelmente iria chegar. A mudança que defendemos visa recuperar a nossa soberania e desenvolvimento, e passa por:
1 – Regressar à produção nacional (coisa que muitos outros já dizem defender também…) e renegociar a PAC.
2 – Desenvolver medidas claramente proteccionistas do nosso mercado; denunciar os acordos de Schengen e repor as fronteiras; iniciar um processo estruturado e sensato com vista à saída da moeda única e posteriormente da própria União Europeia federalista e castradora.
3 – Emagrecer o aparelho de Estado de modo drástico e radical, já que este é demasiado gordo e consome para si mesmo cerca de metade dos recursos nacionais. Os cortes, a serem feitos, não podem passar pelas famílias nem pelas empresas ou trabalhadores já que, além de injusto e desumano, isso leva à pobreza e à paralisação do próprio mercado e da actividade económica. Estes têm pois que ser feitos onde devem: nos interesses de lóbis, nos tachos, nos boys e nas estruturas públicas de fins inúteis, sectários ou mesmo duvidosos. Há que acabar de vez com esta situação de “Estado – Agência de Emprego” que mais não tem feito que roubar o erário público desde há 37 anos.
4 – Não bastando as medidas anteriores, terá que ser levada a cabo pela Justiça uma verdadeira “Operação Mãos Limpas” que dê caça, sem tréguas nem contemplações, a todos os detentores de cargos públicos que ao longo destes anos tenham praticado gestão danosa e se tenham aproveitado do seu lugar para servir interesses pessoais, de amigos ou de grupos. Estes têm que ser julgados, condenados e forçados a devolver o que roubaram ao país.
Sem estas quatro medidas urgentes e fundamentais, bem podem vir de lá os “memorandos” e as medidas de austeridade, os Pactos de Estabilidade e Convergência e todas as demais ordens do FMI ou UE, que nada mudará por não haver qualquer viabilidade. Antes pelo contrário, será cavado mais fundo o buraco nacional.
Como não acredito que este Governo fantoche, ao serviço de interesses e ordens externas, cumpra a legislatura completa, espero que desta vez os portugueses estejam mais atentos e percebam que só é útil o voto naquilo em que se acredita e não no chamado “mal menor” para correr com quem ocupava o Governo na absurda dança de cadeiras que é o rotativismo.
Envolver-se!
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