Sobre a nova escalada da violência no Médio Oriente
A escalada da violência no Médio Oriente, agravada nas últimas horas pela ofensiva terrestre de Israel em Gaza, vem demonstrar aquilo que já há muito tempo é claro para os mais atentos: por um lado, Israel não pretende deixar de colonizar território que não lhe pertence a não ser pelo falso “direito” de conquista; por outro, o Hamas jamais estará disposto a reconhecer o Estado de Israel.
Ao mesmo tempo, fica uma vez mais exposta a hipocrisia dos EUA, que se escandalizam sempre por “questões humanitárias” noutros pontos do mundo onde lhes interessa intervir, mas não parecem minimamente sensíveis a essas questões quando se trata do conflito entre israelitas e árabes palestinos, ou de países onde têm interesses. Para os EUA, existem pois sempre razões “válidas” para justificar invasões ou apoios a facções rivais, sempre na mira de alimentar a sua forte indústria de armamento e ganhar terreno na luta pelo petróleo, situação que se torna ainda mais evidente quando nalguns locais apoiam rebeldes com ligações à Al-Qaeda e, noutras regiões, justificam a guerra com a necessidade de os combater. Simultaneamente, embora promovendo a islamofobia noutros locais, os EUA são os campeões da islamização da Europa, ora criando estados islâmicos como foi o caso do Kosovo (território legitimamente sérvio que é agora gerido pelos senhores da droga e ponto de passagem do ópio cultivado no Afeganistão, mas bem guardado pelos “aliados”), ora exercendo permanente pressão para que a União Europeia (UE) aceite a adesão da Turquia. Temos pois uma política de dois pesos e duas medidas, dos quais nem a Europa nem a Paz saem, alguma vez, beneficiadas.
A política de Israel e dos EUA no Médio Oriente, relativamente à qual os seguidistas da UE optam ou por dar a sua aprovação ou por lavar as mãos como Pilatos, é responsável pela violência que cresce naquela zona do globo, bem como pelos efeitos colaterais que se fazem sentir com os atentados na nossa Europa, pois alimenta deliberadamente o fundamentalismo islâmico, já que precisa dele como de pão para a boca para assim justificar a ingerência em estados soberanos e as suas políticas belicistas.
O PNR defende uma posição de não-alinhamento e a existência de um Estado Judaico e de um Estado Palestiniano naquela região. Longe de maniqueísmos básicos (segundo os quais uns são sempre os “bons” e os outros sempre os “maus”), procuraremos estar sempre do lado da justiça, criticando os excessos de parte a parte e combatendo todo o tipo de imperialismo ou de limpezas étnicas.
Envolver-se!
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