Não são raros os episódios em que o Governo se esquece das Regiões Autónomas dos Açores e Madeira. Desta feita foi em relação aos livros escolares gratuitos, para os quais foi criada a plataforma online, “MEGA- Manuais Escolares Gratuitos” (no âmbito do artigo 170º do OE) mas, ao que parece, é como se as Ilhas dos Açores e da Madeira não fizessem parte das preocupações governamentais.

Numa breve consulta à página dessa plataforma, verifica-se que não existe uma única livraria inscrita nas Regiões Autónomas, ao contrário de Portugal Continental em que se encontram registadas quase mil, até à publicação deste artigo.

A cerca de um mês do arranque do novo ano lectivo 2018/2019, a distribuição destes manuais não está assegurada nas ilhas, havendo inclusive famílias, que por receio de não receberem, já os terem reservado através do pagamento de uma caução nas livrarias.

A confusão está instalada! Irá o Governo restituir as cauções pagas ou, conforme os casos, a totalidade do pagamento dos livros às famílias que já realizaram a sua compra? É nestes pequenos grandes detalhes que se destaca a hipocrisia da classe política vigente quando evoca a grandiosidade das Regiões Autónomas e depois se esquece que elas são Portugal e se esquece das famílias que lá vivem e que têm de lidar com a insularidade e os seus custos acrescidos.

Também é notória a hipocrisia, neste caso, quando a classe política vem defender os incentivos à natalidade para combater a crise demográfica e o envelhecimento populacional, no que se refere no acesso a redes de creches, infantários e escolas e depois falha nestes apoios fundamentais às famílias portuguesas das Regiões Autónomas.

No tocante ao Governo Regional dos Açores, em particular, não houve nenhum esclarecimento oficial acerca desta situação. Silêncio total! Nem os partidos representados na Assembleia Legislativa Regional se pronunciaram sobre esta questão, o que revela a sua indiferença a assuntos de grande preocupação para as famílias açorianas.