1º de Dezembro de 2007 | Discurso do Presidente do PNR
Portugueses. Nacionalistas.
Há 367 anos, um grupo de valorosos Portugueses, heróis do nosso passado e da nossa História, resgatou a Independência Nacional de que havíamos sido espoliados 60 anos antes.
Vale a pena reflectir sobre as razões da perda da independência, assim como sobre a acção heróica depois empreendida para a recuperar. Em 1580, Portugal contava já alguns séculos como nação livre, independente e soberana. Apesar disso, num processo rápido e infeliz, uma nação adulta como já era a nossa deixou de ser independente. Importa perceber as razões, até para que nos sirva de exemplo para os nossos dias.
Hoje, como em 1580, os principais inimigos da Nação residem entre nós. Não são o invasor externo que nos pretende dominar pela força, mas sim os falsos portugueses renegados, os videirinhos, os acomodatícios – aqueles que, sendo filhos da nação, traem ostensivamente o seu povo e abrem as portas as inimigo.
A figura de má memória de Miguel de Vasconcelos, que foi atirado da janela aqui no Terreiro do Paço face à indignação dos verdadeiros portugueses, representa a traição à própria Pátria, o perigo que vem de dentro. Que é o pior dos perigos.
Actualmente, e uma vez mais, abundam por aí os “Miguéis de Vasconcelos”, os vendilhões do Templo, que estão intencionalmente a escancarar as portas da Pátria à invasão, consentindo a perda da independência e da identidade de Portugal.
Estes “Miguéis de Vasconcelos” infestam a classe política portuguesa. Tanto lhes dá que Portugal seja castelhano ou mouro, desde que sejam eles a mandar e a receber as comissões. Estes traidores não são representados apenas pelo ministro Mário Lino ou pelo escritor Saramago, confessadamente iberistas e cheios de vontade de trair o sangue derramado em Ourique e em Aljubarrota pelos nossos antepassados.
Eles são apenas alguns dos rostos visíveis de uma grande campanha de trespasse de Portugal a quem oferecer o melhor preço. Os traidores pululam pelas bancadas de todos os partidos do sistema. São eles os responsáveis pela invasão imigrante que nos descaracteriza. Tal invasão, que ameaça igualmente outras nações europeias, coloca o nosso continente diante do problema mais dramático desde as invasões muçulmanas e a batalha de Poitiers, no século VIII.
Mas hoje celebramos o Dia da Restauração, o Dia da Independência, e é justamente a independência de Portugal que está novamente em causa. Está em causa, entre outras razões, devido à ameaça do federalismo europeu.
Em relação a este assunto, vale a pena clarificar a nossa posição. Todos sabemos que Portugal é um país europeu. Nisso temos muita honra e orgulho e, como tal, nunca abjuramos a nossa condição de Portugueses e Europeus.
Mas a nossa Europa, sendo um espaço geográfico, étnico e civilizacional comum, é constituída por diversas nações livres, soberanas e independentes, um mosaico de povos distintos e com identidade própria. É esta Europa natural, orgânica e múltipla, esta Europa das Nações, que amamos e defendemos!
Nós não queremos ser federados!
Nada temos contra a celebração de acordos e tratados com outras nações europeias. Nada temos contra a cooperação económica entre os países europeus. Assim como nada temos contra a cooperação científica e cultural. Ou até mesmo militar, desde que tal não implique a organização de um exército único. Mas por acaso alguém perguntou aos Portugueses se queriam uma união política, uma união federal, que obriga à transferência de soberania para obscuras organizações com sede em Bruxelas ou Estrasburgo? Não! Não queremos que nos federem!
Alguém consultou os Portugueses sobre os Tratados de Maastricht ou de Nice, ou sobre a moeda única e os acordos de Schengen?
Os governantes fizeram tudo à socapa porque temiam o “Não” dos Portugueses.
Foi esse “Não” que os travou em 2005, sucessivamente em França e na Holanda, no processo de aprovação da “Constituição Europeia”.
Agora, usando de cinismo, depois de deixarem passar algum tempo, investem novamente contra as soberanias nacionais e apresentam-nos uma Constituição Europeia dissimulada, com outro nome e uns retoques de cosmética.
É impossível que estes governantes não conheçam as consequências da assinatura do famigerado Tratado de Lisboa, ou Europeu, ou Reformador, ou como lhe queiram chamar. Eles não podem ignorar que, ao consumarem este monumental acto de traição, estão a passar um atestado de óbito à independência de Portugal.
Mas fizeram-no sem constrangimentos e, no final da golpada, ouviu-se a expressão de alívio do José Sócrates e Durão Barroso: “Porreiro pá!”
É porreiro, não é verdade? Conseguiram mais uma vez enganar o povo que os sustenta e fizeram um frete (mais um) aos poderosos deste mundo. É porreiro, não é verdade? Os Portugueses passaram mais uma vez por pacóvios, obrigados a serem os alunos bem comportadinhos da Europa federal…
Pois os portugueses também dirão um dia: “porreiro pá”! Di-lo-ão quando a História julgar e condenar pelo crime de traição à Pátria estes vendilhões do sistema e os colocar na galeria dos malditos, junto a Miguel de Vasconcelos. Aí sim, vai ser “porreiro pá”.
O que está hoje verdadeiramente em jogo, a merecer a reacção enérgica dos verdadeiros Portugueses, é a própria soberania nacional. Os Comissários europeus vão mandar em Portugal e os nossos ministros não passarão de meros executores das suas ordens.
A política externa portuguesa não passará de figura de retórica, sendo transferida em definitivo para Bruxelas.
A lei federal – esta tal Constituição Europeia – vai sobrepor-se à ordem jurídica nacional.
Será isso que os Portugueses querem? Claro que não. É por esse motivo que não explicam as consequências funestas de mais este passo suicida e acham “porreiro pá” conseguirem consumar a traição nos bastidores.
O PNR é o único partido que defende intransigentemente a independência nacional. A Independência Nacional é um dos cinco grandes valores que orientam a nossa ética política. Juntamente com os valores da Nação, da Família, do Trabalho, do nosso património histórico-cultural, a defesa intransigente da nossa independência é um pilar fundamental da doutrina nacionalista.
As políticas suicidas e irresponsáveis dos mercantilistas que vendem a pátria a retalho para satisfação de interesses inconfessáveis vai custar muito sangue, suor e lágrimas às futuras gerações de Portugal e das restantes nações europeias.
Isto não é pessimismo ou alarmismo dos nacionalistas. É o resultado desta bomba-relógio que os eurocratas accionaram. Os subúrbios de Paris, palco de vandalismos extremos, são apenas um pálido exemplo daquilo que irá suceder em grande escala. Adivinha-se para a Europa uma gigantesca guerra civil e étnica nos próximos anos: uma Bósnia ou um Kosovo em grande escala.
Só não vê quem não quer. Nós, nacionalistas, não nos cansamos de lutar por aquilo em que acreditamos: a nossa Nação! Lutamos hoje, denunciando as situações, alertando para os perigos, colocando o dedo na ferida. E lutaremos em qualquer circunstância, e se preciso for, na primeira linha no campo de batalha em defesa de Portugal. Como fizeram os nossos heróis de 1640 que, alheios ao perigo, restauraram a Independência Nacional.
Os cobardes e os oportunistas nunca conseguirão perceber estes gestos. O entendimento deles não vai além das “vantagens económicas”, dos ditames do mercado e dos “ventos da história”. Talvez hoje eles possam tripudiar livremente sem que as pessoas se apercebam, apesar do nosso alerta, narcotizadas que estão pelas mais poderosas técnicas de propaganda política alguma vez utilizadas. Mas mais cedo ou mais tarde, os Portugueses hão-de despertar.
Nesse dia Portugal há-de reagir. Há-de levantar-se.
Para tal, contará sempre com os nacionalistas. Contará com o único partido que se bate pela nossa Nação e pela sua independência.
Viva o PNR!
Viva Portugal!
Envolver-se!
Comentários