Sobre a “Dona Laranja” e a má gestão dos dinheiros públicos
Para nós, nacionalistas, é ponto assente que a gestão dos dinheiros públicos exige, para além de uma disciplina férrea, a mais completa transparência, nunca dando motivos para que a honestidade de quem faz essa gestão possa vir a ser posta em causa. Infelizmente, no nosso país são cada vez mais os casos de governantes a cair nas malhas da justiça e/ou a enveredar por negócios escuros (ou cinzentos, podendo estes ser facilmente confundidos ou mal entendidos).
Desta feita, e na alternância a que o sistema já nos habituou, coube a vez de dois secretários de estado caírem em desgraça por culpa própria, vendo o seu nome ser envolvido e a sua gestão questionada e investigada num negócio financeiro que provocou um prejuízo de milhões nos metros de Lisboa e Porto. Esta estranha atracção por dinheiro fácil, por negócios tipo Dª Branca (ou será, neste caso, tipo Dª Laranja?) parece ser um lugar-comum em quase toda a administração, tocando também os “insuspeitos anti-capitalistas” da Câmara caloteira de Setúbal que, da forma “democrática” bem ao gosto dos comunistas, está a impor aos seus credores que adiram a um processo financeiro complicado e de contornos pouco claros chamado “confirming”, que os passaria de credores a devedores como única forma de verem a cor de algum dinheiro em dívida. Enfim, os capitalistas e os capitalistas de estado vermelhos envolvidos nas negociatas a que sempre recorrem e nos impõe quando são poder, não serão afinal de farinha do mesmo saco?
Ao sector dos transportes, dada a sua natureza social e estando ao serviço da comunidade, não se pode exigir que dê lucros, mas podemos exigir uma gestão correcta dos dinheiros públicos, gerindo o binómio gasto-beneficio. O número de passageiros, e o preço dos bilhetes em constante actualização só por si podiam garantir uma gestão razoável, equilibrada por algum apoio estatal, sempre necessário neste sector. No entanto, o despesismo encontra-se mais uma vez na má gestão, nos contratos e parcerias altamente onerosas de questionável eficácia e de contornos pouco claros; na má gestão da frotas, dos horários e dos percursos; nos ordenados e regalias principescos de certos administradores e não só; na entrega a privados de muitos serviços para os quais estas instituições possuíam mão de obra por vezes mais qualificada e certamente de muito menor custo. Enfim, normas claras que qualquer dona de casa lhes explicaria, mas que os boys formados segundo Bolonha, com muitas cadeiras feitas com créditos do Programa Erasmus (também conhecido na gíria por Programa Orgasmos), não querem perceber porque estão presos a um interesse que não o de servir , mas sim o de se servirem do lugar para que foram nomeados.
Envolver-se!
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