O PNR e a situação na Ucrânia
Ante a agitação que lavra na Ucrânia, o PNR afirma, antes de tudo, o direito dos Povos a resolverem os seus problemas domésticos sem ingerências externas.
Lembra, ainda, que a questão ucraniana deriva das complexidades de um Estado que só conheceu as actuais fronteiras como República Socialista Soviética Ucraniana, posteriormente unida à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, quando esta foi criada, em Dezembro de 1922.
Na realidade, a Ucrânia, até à relativamente recente independência, nunca se constituiu como um Estado independente com as presentes fronteiras (que não eram as actuais no Principado de Kiev, até ao séc. XII, nem na Comunidade Polaco-Lituana, até ao séc. XVII, nem no quase-estado cossaco, até ao séc. XIX). Mesmo entre 1917 e 1920, foram diversos os Estados ucranianos que se declararam independentes: o Rada Central, o Hetmanato, o Directório, a República Popular Ucraniana e a República Popular Ucraniana Ocidental.
Existem, na realidade, duas Ucrânias, que convivem por vezes com dificuldade: uma Ucrânia de matriz mais ocidental e rural, da grande Kiev (a área que sofreu o “Holodomor”, ou extermínio pela fome, às mãos do comunismo e de Estaline, e que odeia a Rússia) e outra, mais a sul (junto ao Mar Negro) e a leste, russófila, e que apoia eventuais avanços russos.
Assim, perante esta tremendamente difícil situação, em que não há apenas uma verdade quanto à questão ucraniana, o PNR, compreendendo todos os ucranianos que não querem voltar à subjugação russa, entende igualmente aqueles que reagem contra os inconfessáveis interesses americanos. Mas, acima de tudo, lamenta que, uma vez mais, esta Europa seja usada para agir em nome dos interesses sujos dos EUA (que nenhuma moral possuem para condenar a situação das bases militares russas na Crimeia, eles que as implantam em Estados independentes por todo o mundo).
O PNR condena pois, inequivocamente, a submissão da União Europeia aos interesses dos EUA, que excluem todas as negociações com a Rússia, quando à Europa conviria um melhor relacionamento com Moscovo. Quanto a Portugal, metido nesta Europa onde simplesmente não existe, esperamos que não venha a ser arrastado para mais uma guerra americana, como vem ocorrendo na Europa e no mundo.
Envolver-se!
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