A Saúde em português
“Um jovem morre por falta de assistência, num hospital central de Lisboa”. Se esta notícia fosse sobre um caso passado num país do terceiro mundo, não causava estranheza, já que, infelizmente, o acesso à saúde é muito limitado. No entanto, o caso ocorreu num hospital português, num hospital da capital, num hospital de renome. A saúde está doente num país que se diz moderno, na capital desse país e tendo como referência um hospital, em que morre alguém por falta de especialistas.
Por mais comissões de inquérito que se façam, a culpa vai “morrer solteira”. Para descarga de consciência e “inglês-ver” encontrar-se-ão culpados na raia miúda e passarão impunes os administradores nomeados pela cor do cartão partidário e com instruções claras para cortar a torto e a direito. Moralmente culpados, podemos identificar muitos, cabendo no rol também aqueles profissionais de saúde, que se recusam a trabalhar ao fim-de-semana, porque o pagamento não lhes agrada ou é de maior valor num hospital privado.
No entanto, e por mais que os verdadeiros responsáveis tentem sacudir a água-do-capote, são os partidos do arco do poder, os partidos de “alterne”, os partidos que nos desgovernam, vai para muitos anos, os grandes culpados.
Começaram por fechar Urgências, tendo unicamente em conta os aspectos quantitativos. Depois de fecharem as Urgências tiraram valências a hospitais de província. Depois atacaram os hospitais distritais, nos quais, hoje, faltam quase todas as especialidades e em que os serviços de urgência respondem apenas a casos banais, reencaminhando grande parte dos doentes para os hospitais centrais: Porto, Coimbra e Lisboa. Por fim, cortaram ao máximo nos hospitais centrais, em que falta pessoal, material e medicamentos.
Faltam médicos especialistas, no entanto deixaram de fora um grande número de jovens nesta última “fornada” de candidatos a especialidades.
O resultado destas políticas é que se preocupam apenas em garantir o acesso gratuito e prioritário ao crime do aborto; quanto ao resto, ao que verdadeiramente importa, são horas intermináveis de espera numa Urgência, anos para ter uma consulta em certas especialidades, gente a morrer nas Urgências e por fim, mais uma morte por falta de um especialista.
Não restam dúvidas: a culpa é toda dos Governos PS/PSD/CDS, das suas políticas economicistas e dos seus jogos de interesses com ligação ao sector privado da saúde.
Envolver-se!
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